Promotoria alemã abre investigação sobre ex-presidente da Volks
Martin Winterkorn renunciou ao cargo na semana passada após pedir desculpas por fraude nos testes de emissões de poluentes; ele disse que desconhecia a prática
Promotores alemães abriram uma investigação criminal sobre o ex-executivo-chefe da Volkswagen Martin Winterkorn e outros executivos por suspeita de fraude ligada a emissões de poluentes. A investigação já era esperada desde que Winterkorn renunciou ao cargo na semana passada, em meio à pior crise nos 78 anos de história da montadora.
Winterkorn pediu desculpas publicamente pelo que chamou de má conduta inimaginável da companhia, mas insistiu que não estava ciente da fraude. “Nós estamos investigando Winterkorn e outras pessoas responsáveis”, disse uma porta-voz da promotoria da Alemanha.
A Volkswagen, que é a maior montadora da Europa, está envolvida em um escândalo desde que autoridades ambientais dos Estados Unidos informaram, em 18 de setembro, que a companhia havia manipulado intencionalmente testes de emissão de poluentes de alguns carros movidos a diesel. Posteriormente, a Volkswagen admitiu que 11 milhões de carros foram afetados pela fraude e separou 6,5 bilhões de euros em provisões para lidar com o problema.
A montadora alemã se tornou alvo de uma investigação criminal pelo Departamento de Justiça americano e por vários órgãos ambientais dos EUA, da Europa e da Ásia. Pela manhã, as ações da empresa chegavam a cair mais de 8% na Bolsa de Frankfurt.
Na sexta-feira, a montadora nomeou o veterano na companhia Matthias Mueller, atual presidente da Porsche, como novo presidente-executivo e concordou em apontar uma firma legal nos Estados Unidos para conduzir uma investigação completa.
Fontes familiarizadas com o assunto disseram nesta segunda que também foram suspensos os chefes de pesquisa e desenvolvimento da marca principal da Volkswagen, da divisão de luxo Audi e da fabricante de carros esportivos Porsche. Mas a crise não mostra sinais de estar passando.
A imprensa alemã publicou neste domingo que a própria equipe da companhia e um de seus fornecedores fizeram alertas sobre o uso ilegal da tecnologia que mascarava a emissão de poluentes durante as vistorias.
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(Com agências)