Nos Estados Unidos, a parcela de desempregados que não conseguiu se realocar por um período mais longo do que um ano triplicou nos últimos anos, atingindo 30% do total

Um relatório divulgado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), entidade que reúne os 34 países mais ricos do mundo, prevê que a criação de empregos continuar�� fraca, ao menos no curto prazo. A pesquisa, denominada Employment Outlook, relata que, na metade de 2011, o número de desempregados no bloco da OCDE está estimado em 44 milhões – cerca de 13 milhões de pessoas a mais do que o registrado no mesmo período em 2008, antes da crise financeira.

“De todos os efeitos que podem ser causados por uma nova recessão, o desemprego é a manifestação mais visível do desafio de reestabelecer o crescimento sustentável”, comentou Angel Gurría, secretário geral da OCDE. Uma prova de que o problema está se agravando é o fato de que, pelas estatísticas, as pessoas estão passando mais tempo desempregadas. Nos Estados Unidos, por exemplo, a parcela de desempregados que não conseguiu se realocar por um período mais longo do que um ano triplicou nos últimos anos, atingindo 30% do total. Na Espanha este porcentual, dos que ficam muito tempo sem emprego, já superou os 40%.

Deste cenário, porém, conforme destacou o relatório, alguns países que foram bem sucedidos em políticas de emprego, como Austrália, Japão e Coreia do Sul conseguiram conter o problema. A Alemanha, com um direcionamento bem aplicado, chegou inclusive a aumentar o número de ocupados durante a crise de 2008. Outro ponto abordado pela pesquisa é a necessidade de se criar oportunidades para os jovens, em especial abaixo dos 24 anos, em que os níveis chegam a 17,4% de desempregados – ante 7% dos que têm mais de 25 anos. O Brasil não é membro da OCDE.