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Prévia do IGP-M confirma fim da deflação, diz FGV

Primeira prévia do índice em dezembro trouxe uma taxa de inflação de 0,50% ante uma deflação de 0,19% registrada na primeira parcial de novembro

Por Da Redação
10 dez 2012, 15h14

O resultado mais alto da primeira prévia de dezembro do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) confirmou que o período de deflação do indicador da Fundação Getúlio Vargas (FGV) chegou ao fim. Contudo, é cedo para chegar a uma conclusão sobre a tendência da inflação apurada pelo índice neste mês. A avaliação é do coordenador de Análises Econômicas da instituição, Salomão Quadros, que, em entrevista, destacou que, a despeito das pressões importantes de alta observadas na parcial do IGP-M, não há um processo espalhado de inflação. A explicação é que existem itens com peso relevante ainda em queda.

“É cedo para tirarmos conclusões na primeira prévia. A notícia mais relevante é a de que a deflação realmente ficou para trás”, comentou Quadros, lembrando que a segunda parcial ainda será conhecida. “Mas não é um processo de alta generalizada. Não é uma subida de preços que não tenha uma âncora ou contrapeso”, salientou.

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Conforme divulgação realizada nesta segunda-feira pela FGV, a primeira prévia do IGP-M de dezembro trouxe uma taxa de inflação de 0,50% ante uma deflação de 0,19% registrada na primeira parcial de novembro. O resultado ficou acima do intervalo de expectativa dos economistas do mercado financeiro, já que eles aguardavam taxa em alta de 0,20% a 0,38%, com mediana de 0,31%.

De acordo com Salomão Quadros, a importante aceleração foi gerada por um movimento semelhante dos três subindicadores que formam o IGP-M. No período, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) subiu 0,50% ante recuo de 0,36%; o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) avançou 0,56% ante variação positiva de 0,16%; e o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) apresentou elevação de 0,36% contra aumento anterior de 0,14%.

“A maior influência para o resultado veio do IPA. Primeiro porque ele pesa mais (60%) e segundo porque ele teve a maior aceleração”, disse Quadros sobre a parte do IGP-M que reflete os preços do atacado. “O IPC também acelerou, mas veio de uma base mais forte e, com isso, o ganho não foi tão forte como o do IPA, que teve uma mudança mais intensa”, acrescentou.

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O coordenador observou que, dentro do IPA, houve importantes movimentações nos bens finais (aqueles disponíveis para o consumo), de uma queda de 0,59% para alta de 0,55%, e nos intermediários (produzidos pela indústria de base e que serão usados na fabricação de produtos), de uma variação positiva de 0,08% para um avanço de 0,24%. Ressaltou, porém, que a aceleração nos preços das matérias primas brutas, de baixa de 0,68% para elevação de 0,79%, foi a mais importante neste processo.

Itens – Segundo ele, este comportamento das matérias primas brutas já era esperado para alguns itens que estavam em queda ou em variação positiva pequena. Agora, eles estão passando por um processo de ajuste natural. Dois bons exemplos foram a soja, cuja baixa passou de 3,06% para 1,77%, e o milho, que saiu de um avanço de 1,85% para uma elevação de 4,97%. Outro item que mereceu atenção foi o minério de ferro, que estava em queda de 3,84% na primeira prévia de novembro e passou a subir 0,87% na primeira parcial do mês de dezembro.

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Na outra ponta, Salomão Quadros destacou itens que impediram um resultado ainda maior do IPA, dentro das matérias primas brutas. Um de grande peso, o de bovinos, saiu de uma alta de 1,04% para uma variação positiva bem menos intensa, de 0,38%.

Ainda no comportamento do IPA, o coordenador citou alguns itens que, agora em alta no atacado, tendem a influenciar futuramente os preços no varejo de uma forma mais direta ao consumidor. Um dos exemplos é o feijão, que saiu de uma queda de 4,62% na primeira parcial de novembro para uma elevação de 7,22% na primeira prévia de dezembro.

Outro item, tradicionalmente volátil, que tende a pesar no bolso do consumidor é o tomate. No IPA, o item saiu de um declínio de 36,22% para um avanço de 37,36%. No IPC, ele também dá mostras de que já começa a pressionar, depois que passou de uma baixa de 27,02% para uma alta de 16,07%.

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“É possível que tenhamos para dezembro uma onda de pressão em alimentação no IPC”, afirmou Quadros, lembrando também que outro item de peso tanto neste sub-indicador quanto no IPA, a carne bovina, saiu de uma baixa, de 5,38%, para uma variação positiva de 0,05% no atacado. “A alimentação ainda pode dar um certo trabalho”, opinou.

O coordenador ressaltou, no entanto, que, antes de uma interpretação definitiva sobre o futuro do IGP-M em dezembro, é necessário ficar atento ao que será divulgado na segunda prévia do indicador de inflação. A divulgação desta parcial está agendada para o próximo dia 19 pela FGV. “A primeira prévia é um terço do mês e isso é pouco para tirarmos uma conclusão”, insistiu.

(com Estadão Conteúdo)

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