A tendência de que a inflação em 2015 baterá a casa dos 9%, chegando ao maior patamar desde 2003, quando ficou em 9,3%, consolida-se a cada nova pesquisa. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quarta-feira que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial, subiu 0,59% em julho. Esta é a maior taxa para o mês desde julho de 2008, quando teve alta de 0,63%. Já no acumulado dos últimos doze meses, o IPCA-15 foi para 9,25%, o maior porcentual desde dezembro de 2003, quando chegou a 9,86%.

No acumulado do ano até julho, a prévia da inflação foi calculada em 6,90%. O porcentual já supera o limite de tolerância estabelecido pelo governo, de 6,5%. Ou seja, em apenas sete meses a inflação já estourou o teto da meta definida para o ano todo. No mesmo período do ano passado, o IPCA-15 estava em 4,17%.

Segundo o IBGE, dentre os nove grupos pesquisados, o de habitação foi o que mais incidiu sobre o avanço da inflação no mês. A categoria teve alta de 1,15% puxada pelo aumento da energia elétrica de 1,91%. Os reajustes na conta de luz foram sentidos principalmente nas regiões metropolitanas de Curitiba e São Paulo, que tiveram alta de 8,44% e 3,84%, respectivamente. A alta no grupo também foi impactada pelo reajuste nas contas de água e esgoto.

Já o preço dos alimentos subiu 0,64% em julho, influenciado por produtos básicos da mesa dos brasileiros, como leite, pão, ovos e frango.

Nesta semana, o mercado financeiro projetou uma inflação de 9,15% no fim de 2015, segundo o boletim Focus. O governo, por sua vez, já admitiu que a inflação poderá chegar a 9%, conforme o último relatório divulgado pelo Banco Central relativo ao segundo semestre deste ano.

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(Da redação)