Presidente do Chipre rejeita resgate com privatizações
Demetris Christofias diz que país não aceitará condições impostas pelos credores internacionais e que prepara contrapropostas
O Chipre não aceitará um resgate de credores internacionais sob os termos atuais que estão sendo oferecidos, afirmou nesta quarta-feira o presidente Demetris Christofias. O endividado governo cipriota deve propor, segundo o político, formas alternativas de economia.
Dando o tom para duras negociações com credores, Christofias afirmou que nunca assinará um acordo de resgate que peça a venda de estatais rentáveis ou que acabe com aumentos salariais ligados à inflação.
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Um esboço de um programa de ajuste econômico preparado pela chamada ‘troika’ – Comissão Europeia (CE), Banco Central Europeu (BCE) e Fundo Monetário Internacional (FMI) – e entregue às autoridades locais no final de julho, pedia, entre outras coisas, o fim da indexação salarial, conhecida como ‘CoLA’, e um programa de privatizações. O documento de 29 páginas vazou no mês passado.
“Não estamos apenas dizendo ‘não’ a eles”, disse Christofias em entrevista à emissora grega NET. “Estamos dando a eles contrapropostas. Elas estão sendo preparadas, estamos nos estágios finais e forneceremos em economias o tanto que eles (troika) querem”, disse ele.
O Chipre buscou ajuda de seus parceiros na UE e do FMI em junho, após seus dois maiores bancos terem sofrido enormes perdas devido à sua exposição à Grécia, forçando-os a voltar-se ao governo em busca de ajuda.
A ilha, que luta contra seus próprios problemas fiscais e sua primeira recessão em quase 40 anos, pediu então um resgate abrangente.
(com agência Reuters)