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Prejuízo de aéreas brasileiras atinge R$ 3,5 bi em 2012

As gigantes TAM e Gol responderam por mais de 80% das perdas em 2012. Só a Absa lucrou no ano passado

Por Da Redação
7 nov 2013, 11h58

A crise na aviação civil fez as companhias aéreas brasileiras amargarem 5 bilhões de reais de prejuízos nos últimos dois anos. As perdas se intensificaram em 2012 e somaram 3,5 bilhões de reais, mais do que o dobro do ano anterior. Os dados são auditados e foram informados pelas empresas à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e divulgados na quarta-feira no Anuário do Transporte Aéreo.

As líderes de mercado TAM e Gol responderam por mais de 80% das perdas em 2012 (2,93 bilhões de reais), já considerando o resultado da Webjet, que foi incorporada à Gol no ano passado. Do total de dez empresas listadas, apenas a Absa, cargueira controlada pela LAN e hoje incorporada à TAM Cargo, teve lucro no ano passado.

O anuário da aviação civil, no entanto, mostra um cenário adverso também para as empresas menores. As perdas somadas de Azul e Trip, que estão em processo de fusão, atingiram 380 milhões de reais em 2012, mais do que o dobro do registrado no ano anterior.

“As empresas correram para comprar aviões e aumentar seu market share (participação de mercado) nos últimos anos. Fizeram guerra de tarifas e o preço da passagem caiu além do limite”, explica Jorge Leal, professor da USP e especialista em aviação. “A conta chegou.”

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Os números comprovam a tese. A frota das companhias aéreas saltou de 416 aeronaves, em 2009, para 518, em 2012 – a maioria jatos de Boeing e Airbus. Para encher aviões novos e maiores, as empresas reduziram o preço das passagens no período, mesmo em cenário de alta do custo do combustível. O valor médio de um bilhete aéreo caiu de 383 reais para 294 reais entre 2009 e 2012, segundo a Anac.

No mesmo período, o preço do barril de petróleo, um dos principais fatores de precificação do querosene de aviação, subiu de 75 dólares para 100 dólares. Essa conta ficou ainda mais cara com a valorização do dólar frente ao real, que saltou da faixa de 1,75 real em 2009 para 2 reais no ano passado.

“A deterioração do resultado das empresas é reflexo do aumento do combustível”, disse o consultor técnico da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), Adalberto Febeliano. Os dados da Anac apontam que o peso do combustível nos custos das empresas aéreas brasileiras saltou de 29,8% para 38,5% entre 2009 e 2012.

Ajustes – Depois de registrar prejuízos bilionários, a indústria de aviação civil brasileira iniciou um ajuste de oferta e preço, em uma tentativa de recuperar sua rentabilidade. Os preços das passagens aéreas voltaram a subir no segundo semestre do ano passado, após sete semestres consecutivos de queda, segundo dados da Anac. Entre janeiro e junho deste ano, o preço médio das passagens aéreas nos voos nacionais foi de 302,98 reais, uma alta de 4,15% em relação aos valores praticados no mesmo período de 2012.

Sem conseguir encher os aviões com os preços maiores, as empresas cortaram voos menos rentáveis. O volume de passagens à venda em dezembro de 2012 era 7,4% menor do que o registrado um ano antes. Em setembro deste ano, o último dado disponível, a oferta retraiu-se mais 2,94% em relação ao mesmo mês de 2012.

O corte de voos refletiu também nos empregos. Depois de um ciclo de contratações expressivas, que elevaram em 25% o número de trabalhadores do setor entre 2009 e 2011, houve corte de vagas em 2012. O ano passado encerrou com 61.120 pessoas empregadas em companhias aéreas brasileiras, cerca de 600 a menos do que em 2011. Esse número reflete o fim da Webjet e as demissões em massa na Gol, mas ainda não mostra o corte de vagas feito neste ano pela TAM.

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Para o consultor da Abear, o emprego na aviação passa por uma estabilidade. “O corte foi irrisório perto do tamanho do prejuízo das empresas. É um setor altamente empregador”, disse Febeliano. A expectativa dele é de que o ajuste de oferta e preço traga resultados melhores para o setor em 2013. “Espero prejuízos menores do que em 2012, mas não um retorno à lucratividade”, disse. Segundo ele, a desaceleração da demanda e o aumento do dólar mantêm um cenário adverso para a aviação neste ano.

(com Estadão Conteúdo)

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