Poupança é mais vantajosa que renda fixa mesmo com Selic a 10%
Na última reunião do ano, o Copom elevou a taxa básica de juros da economia para dois dígitos
Mesmo com a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, de elevar a taxa básica de juros – a Selic – a 10% ao ano, os rendimentos das aplicações em caderneta de poupança continuam superando aqueles oferecidos pela renda fixa na maior parte dos casos.
De acordo com cálculos elaborados pela Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), os fundos de investimentos têm rendimento superior à poupança apenas quando as taxas de administração forem inferiores a 2% ao ano. Com a Selic em 9,5% – que estava em vigor até hoje -, a poupança perdia para os fundos com taxas menores que 2%.
Segundo a Anefac, a vantagem da poupança se dá principalmente pelo fato de não haver cobrança de taxa administrativa e incidência de Imposto de Renda (IR), ao contrário do que acontece com as aplicações em renda fixa.
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Rendimento – Desde agosto, quando o Copom elevou a Selic de 8,5% a 9,0% ao ano, a poupança voltou a ter rendimento equivalente à Taxa Referencial (TR) + 6,17% ao ano. Essa regra de rendimento está atrelada à Medida Provisória 567, de maio de 2012. De acordo com a nova normativa, a poupança tem rendimento menor – de 70% da Selic – sempre que o juro básico estiver igual ou abaixo de 8,5% ao ano. Quando a Selic está acima desse valor, o rendimento antigo entra em vigor.
Já o rendimento da renda fixa está atrelado ao tempo de aplicação, ou seja, quanto mais tempo o dinheiro fica investido, maior é o retorno. Além disso, o retorno ao investidor fica reduzido a depender da taxa de administração, que varia de banco para banco, e da alíquota do imposto de renda, que diminui também quanto mais tempo o dinheiro fica aplicado.
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Crédito – Em nota distribuída à imprensa, com estudos feitos por seu diretor executivo, Miguel José Ribeiro de Oliveira, a Anefac estima que a elevação da taxa Selic para 10% terá um efeito pouco relevante nas operações de crédito do país. Segundo a associação, isso acontece porque “existe um deslocamento muito grande entre a taxa Selic e as taxas de juros cobradas aos consumidores que, na média da pessoa física, atingem 91,39% ao ano, provocando uma variação de mais de 860,00% entre as duas pontas”, informa a associação, em nota.