Piauí: 156 trabalhadores são resgatados em situação análoga à escravidão
Grupo realizava atividades relacionadas à extração do pó da palha de carnaúba nas regiões de Picos, Ilha Grande do Piauí e Luís Correia
A Superintendência Regional do Trabalho e Emprego no Piauí (SRTE/PI) resgatou, em ações entre os dias 2 de setembro e 2 de outubro, 156 pessoas em situação de trabalho análoga à escravidão. O grupo realizava atividades de extração do pó da palha de carnaúba nas regiões de Picos, Ilha Grande do Piauí e Luís Correia.
Além de estarem em situação irregular, sem carteira assinada, e não terem passado por nenhum exame médico admissional, os trabalhadores não tinham instalações sanitárias no local de trabalho (faziam suas necessidades fisiológicas no mato); dormiam em redes armadas em árvores (não havia alojamentos); não usavam nenhum equipamento de proteção; não havia kits de primeiros socorros; a alimentação era preparada em buracos cavados no chão e os trabalhadores se alimentavam sentados no chão ou em troncos de árvores; e não tinham água potável para beber – bebiam água de cacimbas cavadas em leitos de rios e armazenada em tambores de produtos químicos.
Três empresas foram autuadas e terão de pagar em rescisões trabalhistas 120.000 reais. “Como algumas das empresas negaram-se a pagar as verbas devidas aos trabalhadores, a Procuradoria Regional do Trabalho (PRT) entrará com ação civil pública na Justiça do Trabalho, com base no relatório da fiscalização”, disse em comunicado o Ministério do Trabalho e Emprego.
Leia mais:
Dívida na China faz mulher trabalhar em condições análogas à escravidão no Brasil
Zara admite que havia trabalho escravo em sua cadeia produtiva
Construtoras negam prática de trabalho escravo