Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Petrobras é acusada nos EUA de enganar investidores

Em documento enviado à corte de Nova York, advogados dos investidores estrangeiros afirmam que a estatal continuou apresentando dados falsos até julho deste ano

Por Da Redação
29 out 2015, 10h29

Advogados que representam investidores estrangeiros em ação coletiva contra a Petrobras na Corte de Nova York acusam a empresa de produzir documentos “falsos e enganosos” mesmo após o início dos litígios na Justiça dos Estados Unidos. Em documento enviado ao juiz que cuida do caso, Jed Rakoff, eles afirmam que, mesmo após março de 2015, a petroleira continuou enganando os investidores.

A Petrobras quer encurtar o prazo coberto pela a ação coletiva que corre em Nova York, o que, segundo advogados, reduziria o valor de uma eventual indenização que a companhia teria de pagar. Já os investidores querem aumentar o período. Originalmente, o processo aberto em dezembro de 2014 inclui investidores que aplicaram em papéis da empresa nos Estados Unidos entre janeiro de 2010 e 19 de março de 2015. Mas os fundos querem que seja estendido até 28 de julho. Já a Petrobras diz que não faz sentido incluir investidor que adquiriu papéis após as repercussões da Operação Lava Jato.

‘Documentos falsos’ – No documento desta semana, os advogados dos investidores argumentam que mesmo após março, quando foi apresentado o processo consolidado da ação coletiva, a petroleira seguiu divulgando comunicados enganosos sobre o montante pago em propinas nos “contratos ilícitos”.

O texto cita como exemplo que a companhia informou em abril, ao anunciar seus resultados auditados de 2014, que a perda contábil com pagamento de propinas seria de 2,57 bilhões de dólares, bem abaixo de relatos publicados na mídia, que falavam da expectativa de perdas de 30 bilhões de dólares. Em maio, a companhia voltou a falar do mesmo número, ressalta o documento.

Os advogados argumentam que a “falsidade” dos números da Petrobras sobre a estimativa de perdas com as propinas começou a vir à tona em julho, quando a Polícia Federal declarou que o montante de perdas era “significativamente maior” que os 2,57 bilhões de dólares. Os desdobramentos do caso desde então seguiram provocando queda nas ações, afirma o texto.

Continua após a publicidade

Executivos sob suspeita – Outra acusação dos advogados é que a Petrobras inicialmente informou que o esquema de corrupção teria sido conduzido por apenas três executivos, Paulo Roberto Costa, Renato de Souza Duque e Pedro Barusco. O texto ressalta que investigações da PF na Odebrecht e na petroleira divulgadas em julho mostraram que “100 executivos” com influência na elaboração de contratos recebiam “presentes”, incluindo a ex-presidente Graça Foster.

“Os acusados querem evitar as responsabilidades com respeito a informações falsas e enganosas sobre a quantidade de pagamentos ilícitos que a Petrobras capitalizou de forma inapropriada”, afirma o documento apresentado esta semana ao juiz e assinado pelos escritórios dos investidores, Pomerantz, Motley Rice e Labaton Sucharow. “Informações corretivas devem ser divulgadas ao público com um grau de intensidade e credibilidade suficiente para contrabalançar qualquer informação enganosa produzida antes pelos comunicados enganosos. Esse dificilmente é o caso aqui”, afirma o documento.

Mercado doméstico – Além da discussão sobre o prazo coberto pela ação coletiva, a Petrobras questiona que alguns investidores não conseguiram comprovar que compraram papéis no mercado doméstico dos EUA e em ofertas primárias. Os advogados dos investidores refutam este argumento e dizem já ter apresentado as comprovações.

O documento menciona que fundos do Havaí e da Carolina do Norte e a gestora Union Asset Management comprovaram a compra dos títulos em ofertas primárias, baseados nas “informações falsas e enganosas” que constavam dos prospectos, que escondiam o esquema de corrupção. Por isso, tiveram prejuízos quando as denúncias de corrupção vieram a público.

Continua após a publicidade

Procurada, a Petrobras não se pronunciou sobre o caso.

Leia também:

Fazenda: Petrobras responde por 2 pontos de queda no PIB de 2015

Petrobras cancela licitação de oito helicópteros

Continua após a publicidade

(Com Estadão Conteúdo)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.