Petrobras diz que refinarias operam com 97% da capacidade
A estatal tem utilizado a capacidade de suas refinarias ao máximo para tentar diminuir as importações dos combustíveis e, assim, as perdas com a defasagem dos preços
A Petrobras processou, em média, 2,034 milhões de barris de petróleo por dia nos primeiros onze meses de 2013, o equivalente a 97% da capacidade. Isso significa um aumento de 8% em relação ao mesmo período de 2012, quando as refinarias da Petrobras processaram, em média, 1,9 milhão de barris por dia.
A estatal tem operado suas refinarias a quase total capacidade em um esforço para reduzir importações de gasolina e diesel. O objetivo é evitar perdas ao máximo, já que os combustíveis são vendidos no mercado interno a um preço inferior ao pago no exterior graças ao controle do governo sobre a política de preços da petroleira.
As treze refinarias da companhia não conseguem dar conta da demanda doméstica por gasolina e outros produtos, forçando a sexta maior economia do mundo a comprar combustível de lugares como Estados Unidos e Índia.
Acidentes – Representantes do sindicato e especialistas da indústria de petróleo dizem que forçar a operação das refinarias tão próxima da capacidade é insustentável no médio e longo prazos, elevando o risco de acidentes por causa de atrasos na manutenção. Nos últimos quarenta dias, aconteceram cinco incêndios em diferentes unidades de refino da Petrobras.
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Trabalhadores nas refinarias alertaram a companhia em outubro de que uma das unidades-chave da empresa que agora está parada depois de um incêndio operava “perigosamente” acima da capacidade, disseram representantes do sindicato à Reuters na segunda-feira.
O incêndio provocou a parada da unidade de coque na refinaria Reduc (RJ) no sábado. A refinaria processa 242 mil barris de petróleo por dia. A Petrobras disse que espera reiniciar as operações na unidade na sexta-feira e que o restante da refinaria operava normalmente. Especialistas da indústria dizem que a unidade é responsável por 30% da produção de diesel e gasolina da refinaria.
O incidente na Reduc ocorre após um incêndio em novembro que deixou a refinaria da Petrobras Repar, que processa 200 mil barris por dia e fica próxima de Curitiba (PR), fora de serviço por quase um mês. O incidente também obrigou a empresa a contratar uma frota de navios para importar combustível de emergência.
A Petrobras rejeitou críticas do sindicato, dizendo em comunicado que mantém os mais altos padrões de manutenção. A empresa afirma que o aumento de processamento de refinarias foi devido a novas unidades que entraram em operação em 2012, juntamente com a melhoria da eficiência e da eliminação de gargalos.
(com agência Reuters)