Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Petrobras deve ter ganhos com térmicas a todo o vapor

Relatório do BTG Pactual aponta que estatal deve lucrar com a venda de energia das termelétricas, ainda que o custo para importar gás natural esteja alto

Por Da Redação
9 jan 2013, 20h35

A Petrobras deve ter ganhos com a expressiva geração de eletricidade via usinas térmicas a gás em um momento em que o país necessidade de um complemento à hidroeletricidade, tendo em vista que o nível dos reservatórios encontra-se em patamar baixo. A avaliação é do banco BTG Pactual em relatório enviado a clientes.

Alguns analistas e investidores chegaram a avaliar que a estatal teria perdas milionárias com as importações de emergência de gás natural liquefeito (GNL) para gerar eletricidade. O BTG, no entanto, discorda. “Em termos gerais, acreditamos que é mais provável a Petrobras ganhar dinheiro com a hidrologia pobre no Brasil do que os investidores parecem acreditar agora”, escreveu a equipe de análise da instituição financeira.

Leia mais:

Lobão diz que não haverá desabastecimento

Comerciantes de GNL disseram que a Petrobras foi forçada a pagar prêmios (valores adicionais) sobre os preços no mercado à vista para garantir cargas de GNL para as térmicas, em meio à forte demanda pelo combustível em países asiáticos afetados pelo clima frio. Essas aquisições de alto custo poderiam representar perdas de milhões de dólares para a estatal.

Continua após a publicidade

“Acreditamos que a preocupação do investidor sobre esta questão não é procedente. Embora não possamos dizer que a Petrobras será uma ‘grande vencedora’ com a falta de eletricidade do Brasil, podemos dizer que não a vemos como uma perdedora. Podemos vê-la como uma vencedora até”, disse o BTG.

Lucro – Gustavo Gattass, analista responsável pelo relatório, disse que a Petrobras está ganhando mais dinheiro com a venda de energia elétrica no mercado “spot” (à vista) que perdendo com as importações de gás. “A Petrobras possui contrato para a venda de dois mil megawatts médios, mas está gerando cinco mil megawatts médios. A diferença está sendo vendida no curto prazo, com os preços altos”, afirmou.

A energia elétrica no mercado de curto prazo do país está em 555 reais o megawatt-hora (MWh). O valor é 909% maior que os 55 reais do início de agosto graças à escassez de eletricidade no país no segundo semestre.

“Se considerarmos o preço da energia no mercado atual e o nível de produção de energia da empresa, a receita chegaria a 1,7 bilhão de dólares, o que seria mais do que suficiente para compensar até mesmo o custo de 20 dólares por milhão de BTU (unidade térmica britânica) de GNL, que levaria ao custo de 1,15 bilhão de dólares, e ainda fazer um ganho de 500 milhões a 600 milhões de dólares no trimestre.”

Continua após a publicidade

O relatório diz ainda: “Num certo sentido, dizer que os custos mais elevados de gás são ruins é um pouco falho. A Petrobras só é chamada a produzir energia se o preço spot cobre esse custo”.

Segundo Gattass, esse cálculo é conservador e leva em consideração um preço altíssimo do GNL a 20 dólares por milhão de BTU, o que ainda não ocorreu, segundo ele. “As últimas cargas que tive notícia chegaram ao Brasil a 11,5 dólares por milhão de BTU, o que daria um lucro ainda maior, de quase 1 bilhão de reais à Petrobras”, afirmou Gatass.

O levantamento do banco mostra que o Brasil tem 23 usinas térmicas a gás – uma ainda está desativada – para ajudar a cobrir as necessidades de energia do país. Deste total, 16 são de propriedade da estatal – três delas não têm contratos de gás de baixo custo e apenas quatro são deficitárias.

(com agência Reuters)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.