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PEC das Domésticas: sai a empregada, entra a lava-louça

Com o aumento dos custos do trabalhador doméstico, indústria espera uma corrida aos equipamentos que ajudam a dar conta da limpeza da casa

Por Cecília Ritto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 13 abr 2013, 20h15

A PEC das Domésticas obriga a família brasileira a refazer as contas e dar mais atenção à carga horária dos empregados que mantêm a casa em ordem. O primeiro impacto será no bolso, com gastos com FGTS, horas extras e direitos equiparados aos de trabalhadores de outros setores. Em seguida, o esperado é uma transformação nos hábitos e na configuração das residências, que tendem cada vez mais a se parecer com os lares europeus e americanos, onde a empregada é cara e escassa e, por isso, há máquinas para quase tudo. A expectativa da indústria de eletrodomésticos é de que imediatamente entre em cena uma ‘ajudante’ ainda não muito presente na cozinha: a lava-louça.

Com a empregada menos tempo nas casas, donas-de-casa, maridos e filhos terão menos mordomia, e a tarefa diária inadiável e mais frequente é exatamente a de desaparecer com a sujeira que resta das refeições diárias. Atualmente, menos de 2% das casas têm lava-louça no Brasil. Entre as classes A e B a penetração é de 10% e, na classe C, a queridinha dos fabricantes, de somente 1%.

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A lava-louça é a vedete do processo. Mas equipamentos como máquinas de lavar roupas mais sofisticadas e itens que aceleram as tarefas domésticas, de forma geral, também devem ganhar espaço. “O consumidor brasileiro quer ter a opção de, se não tiver empregada – que agora é mais cara e a oferta é menor -, encontrar produtos práticos, inovadores que vão facilitar o dia a dia. Se a dona de casa precisar colocar a mão na massa, ela sabe que o produto está ali para ajudar”, afirma Rafael Bonjorno, diretor de Marketing e Inovação da Electrolux.

Lavadora que limpa a louça de até 12 pessoas
Lavadora que limpa a louça de até 12 pessoas (VEJA)
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As ainda lava-louças são caras, podendo ultrapassar o preço de uma geladeira. O valor das mais baratas se equipara ao de uma lavadora de roupas. Na Brastemp, há modelos de 1.049 até 4.099 reais. A diferença entre elas é, sobretudo, a quantidade de louça que cada uma suporta. A mais barata é feita para lavar seis serviços – ou seja, a louça de seis refeições individuais – e a mais cara da marca limpa 14 serviços. Na Electrolux, a variação de preços é menor: parte de mil e chega a dois mil. Quem está começando a vida e quer investir nos equipamentos da casa gasta, hoje, cerca de 11.600 para comprar geladeira, cooktop, forno elétrico de embutir, micro-ondas, coifa, lavadora e aspirador de pó. Com a lava-louça, esse valor sai por 13.700, considerando uma lava-louça das mais baratas.

Casa completa – Na casa da decoradora Adriana D’Andréa Bueno, de 31 anos, o investimento em equipamentos foi um facilitador para a vida a dois. Ela e o marido moram há 11 meses no apartamento, para onde se mudaram depois de casar. Adriana foi a responsável pela reforma e escolheu montar uma cozinha preta com cromado que, além de funcional, é bonita, comprovando outra tendência: as cozinhas são, cada vez mais, abertas ao resto da casa e, portanto, o design das máquinas tem ganhado importância significativa dede os anos 90.

“Tenho uma diarista que vem duas vezes na semana. Com a cozinha que montei, me viro super bem. No jantar, ponho a comida no forno. Depois, coloco a louça na máquina e não me preocupo”, conta Adriana. Para tornar a vida ainda mais simples, ela e o marido instalaram um sistema que permite ligar e desligar alguns aparelhos da casa automaticamente, pelo iPhone ou pelo iPad. O sistema permite, por exemplo, desligar um equipamento à distância.

Assim como Adriana, a solução para os moradores dos novos lares do país foi correr para as prateleiras abarrotadas de tipos e marcas de eletrodomésticos. Hoje, as máquinas para cozinha são um bem de desejo equivalente a produtos como carro e celular. Antes dos anos 2000, uma geladeira durava, em média, 15 anos. Agora, as novidades práticas associadas a um design moderno fazem com que o equipamento seja trocado, no máximo, a cada sete anos. Um dos facilitadores: nesse período, a geladeira passou a gastar menos 50% de energia.

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O filão que se abre com a nova lei das domésticas não pegou as empresas de eletrodomésticos de surpresa. Não é de hoje que os estudos feitos pela Whirlpool e pela Electrolux para mapear tendências mostram um aumento efetivo do número de lares que não usam a mão de obra da mensalista – realidade na maioria dos apartamentos brasileiros desde 2010, o que vai ao encontro do que acontece na Europa e nos Estados Unidos. A empregada que dorme na casa do empregador ou que vai ao apartamento para os afazeres domésticos quase todos os dias da semana é cada vez mais difícil de ser encontrada. Um fator importante que contribui para isso é a diminuição do espaço do apartamento, onde já não costuma existir lugar para a doméstica se instalar. A complexidade dos serviços, no entanto, permanece a mesma. A casa precisa ser limpa e a louça e a roupa, lavadas. A diferença principal é que, agora, a mulher não é a única encarregada. E, quando filhos e marido entram em cena na cozinha, a praticidade ganha mais um coro de aliados.

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