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Parlamento grego aprova perdão de parte de sua dívida

Partidos de coalizão conseguem aprovar plano que inclui o não pagamento de parte das obrigações da Grécia

Por Da Redação
23 fev 2012, 12h07

O Parlamento grego aprovou nesta quinta-feira por maioria absoluta a legislação necessária para concretizar o perdão de parte de sua dívida, que significa aproximadamente 107 bilhões de euros – ou 53,5% do valor dos bônus em mãos dos grandes bancos e fundos de investimento privados. A lei, adotada em caráter de urgência, autoriza o início de uma operação de reestruturação da dívida grega com a finalidade de reduzir a dívida pública do país de 160% do Produto Interno Bruro (PIB) para 120,5% em 2020.

O resultado da votação era previsível, dada a maioria com que conta o governo de coalizão, integrado principalmente pelos socialistas do PASOK e os conservadores da Nova Democracia, que juntos somam 193 dos 300 assentos do Parlamento. No entanto, o Partido Comunista, a esquerda radical e o partido de extrema direita se pronunciaram contra o projeto. Além disso, durante as seis horas de debate parlamentar que precederam a votação, o ministro de Finanças, Evangelos Venizelos, pediu aos deputados união e coesão para recuperar a confiança dos mercados.

O texto da lei detalha os termos do acordo denominado Private Sector Involvement (PSI), cujas modalidades foram fixadas na última terça-feira em Bruxelas pelos países da zona do euro. O objetivo da operação é obter o perdão de um pouco mais da metade da dívida em mãos dos credores privados (bancos, companhias de seguros ou fundos de investimento), entre os 350 bilhões de euros do total da dívida grega. A negociação consolida o maior perdão da história financeira mundial. O recorde anterior era ostentado pela Argentina, cuja dívida chegou a 82 bilhões de dólares (73 bilhões de euros na época) quando declarou a moratória, em janeiro de 2002.

De acordo com Venizelos, o lançamento oficial da oferta de troca deve ser feito na sexta-feira para respeitar os prazos e o vencimento dos títulos de março. A rapidez se dá devido à corrida grega contra o relógio para evitar a quebra no dia 20 de março, data em que deve pagar obrigações com juros que somam 14,5 bilhões de euros.

Bancos apoiam acordo – Os grandes bancos – representados nas negociações pelo Instituto Internacional de Finanças (IIF)– se mostraram mais partidários do processo de perdão, pois esperam que os incentivos que serão repartidos entre Grécia e os fundos destinados à recapitalização bancária permitirão atenuar parte das perdas derivadas da reestruturação da dívida.

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De acordo com a imprensa grega, dos 130 bilhões de euros do empréstimo, 30 bilhões de euros serão utilizados como incentivo para os bancos e outros 23 bilhões para recapitalizar as perdas bancárias. No entanto, Venizelos reconheceu que este último número poderia aumentar até 50 bilhões de euros, dependendo das necessidades bancárias.

Rebaixamento da Fitch – A primeira reação ao pacote veio da agência de classificação de risco Fitch, que rebaixou a nota da dívida grega de CCC para C na última quarta-feira, colocando-a à beira do nível de default (calote). A agência afirmou em comunicado que a aprovação da redução da carga da dívida pública da Grécia por meio de uma troca de dívida com os credores privados pode ser entendida como falta de pagamento.

Na mesma linha, outras agências de classificação já haviam avisado anteriormente que considerariam a manobra como falta de pagamento

(Com agências EFE e France-Presse)

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