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Para criadores do Real, Brasil vive ‘frustração econômica’

Ex-presidentes do BC participaram nesta quarta-feira de evento do Instituto FHC sobre os 20 anos do Plano Real

Por Talita Fernandes
12 mar 2014, 15h50

O ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga, mostrou pessimismo com a atual situação econômica do país. “A economia brasileira vive uma grande frustração e há um grave clima”, comentou. O ex-BC participou nesta manhã do evento “20 Anos Depois do Plano Real: Um Debate Sobre o Futuro do Brasil”, promovido pelo Instituto Fernando Henrique Cardoso (iFHC) em comemoração ao aniversário de duas décadas do plano.

Fraga dividiu o palco com o ex-ministro da Fazenda, Pedro Malan, e outro ex-presidente do BC, Gustavo Loyola. Os três debateram o legado do plano econômico que pôs fim ao período de hiperinflação e discutiram quais os desafios para os próximos anos em termos econômicos.

O debate foi marcado pela agenda eleitoral e pela necessidade de retomada do chamado “tripé econômico” (formado por meta de inflação, responsabilidade fiscal e câmbio flutuante), que foi deixado de lado pelo atual governo para dar lugar à “nova matriz econômica”. Foi assim que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, cunhou as ações tomadas pelo governo para flexibilizar as políticas fiscal e monetária.

Para Loyola, embora a administração de Dilma Rousseff tenha adotado uma política mais heterodoxa, as medidas econômicas são velhas conhecidas do brasileiro. “A nova matriz econômica deu errado. Ela já havia sido testada no passado e já tinha dado errado também”, comenta. “No futuro, teremos de dar um ‘meia volta, volver’.”

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O ex-ministro Malan também se manteve crítico à atual administração, mas se mostrou mais otimista com o futuro. “Eu espero que o real tenha vindo para ficar e assegurar o poder de compra do brasileiro.” Ele acrescentou que acredita em um mínimo de boa fé da equipe atual. “A situação exige respostas”, comentou.

Superávit – Outro ponto abordado no debate foi a necessidade de controle fiscal, sobretudo diante do risco de rebaixamento da nota de crédito do país, o que poderia levar o Brasil a um amargo episódio do passado: a falta de credibilidade. Para Fraga, contudo, o Brasil já vem pagando um preço pela mudança da conjuntura internacional – sobretudo devido ao fim dos estímulos do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) à economia do país, que deverá acarretar o aumento dos juros no mercado externo. “O Brasil já foi rebaixado quando os juros começaram a subir lá fora”, lembrou.

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O evento conta também com a participação de economistas que participaram da elaboração do plano como André Lara Resende, Edmar Bacha, Pérsio Arida e José Roberto Mendonça de Barros. Na abertura da cerimônia, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse que o país vive agora uma necessidade de mudança, situação explicitada pelas manifestações de junho. Na esfera econômica, o Brasil tem ainda o desafio de se conectar com o mundo pós-crise.

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