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Países latinos compram menos do Brasil

Mercados latino-americanos estão mais abertos a acordos bilaterais. Brasil deixou de vender US$ 5,4 bilhões desde 2008 para países latinos

Por Da Redação
4 jun 2013, 18h25

Além de importar muito, o Brasil perde exportações para seus tradicionais compradores da América Latina. De acordo com dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI), desde o início da crise internacional, em 2008, até 2011, o país deixou de vender 5,4 bilhões de dólares para a Argentina, México, Peru, Colômbia, Chile, Equador, Venezuela, Paraguai e Bolívia, países que começaram a comprar de China, Estados Unidos, União Europeia e México.

Nos últimos cinco anos os países latinos fizeram acordos com diversos blocos econômicos, incluindo os Estados Unidos e a União Europeia (UE). Mas, enquanto o Chile e a Colômbia, por exemplo, têm acordos envolvendo 62 países (incluindo os 27 da UE) e 60 países, respectivamente, o Brasil tem apenas 22, a maioria de pouca expressão comercial, como Israel, Egito, Palestina e a União Aduaneira do Sul da África (Sacu). Os três últimos ainda nem entraram em vigor. Peru e México também têm mais que o Brasil: 52 e 50, respectivamente. “A CNI entende que a perda de competitividade da indústria brasileira e a queda nas exportações de semi e manufaturados sinalizam que o Brasil precisa dar mais atenção às negociações internacionais”, diz Soraya Rosar, gerente executiva da Unidade de Negociações Internacionais da CNI.

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Ela afirma que a postura do empresariado brasileiro era ainda mais defensiva, de modo a proteger o mercado doméstico dos produtos importados. Mas, reitera que a perda da competitividade nacional e a onda de acordos deflagrados pelos demais países, que colocam o Brasil no isolamento, podem fazer os empresários mudarem de postura. “O país corre o risco de perder mais espaço em seus mercados exportadores se não entrar no jogo mundial e buscar novas parcerias no comércio internacional.”

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Acordos bilaterais – O presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, ressalta que o momento é bastante complicado para as negociações. “O mundo passa por um momento de crise e todos os países querem aumentar suas exportações e diminuir as importações, ou seja, a conta não fecha.”

Para o Brasil, que ficou afastado dos grandes acordos, a situação é ainda mais difícil. Segundo Castro, em 2007 o Brasil tinha 20.889 empresas exportadoras. Hoje, são 18.630, ou 2.259 a menos. Já o número de empresas importadoras aumentou de 28.911 para 42.458, ou 13.547 a mais. Só de janeiro a abril deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado, 59 empresas deixaram a lista de exportadoras e 776 entraram na lista de importadoras, informa a AEB.

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Contudo, vale ressaltar que acordos comerciais, em si, não resolvem o problema se o país não melhorar sua competitividade. O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, também favorável aos acordos internacionais, ressalta que a falta de competitividade e a baixa produtividade da indústria brasileira em geral vão exigir um período de transição para adequação dos setores.

A entidade tem o desafio de exportar 1 milhão de veículos até 2017. Há sete anos, o setor exportou 900 mil veículos, mas, desde então, os números despencaram. Em 2012, foram 442 mil unidades e, neste ano, não devem passar de 420 mil. Segundo Moan, a Anfavea já entregou ao governo suas propostas para a negociação do acordo do Mercosul com a UE e pede que o setor seja tratado como “sensível”.

(com Estadão Conteúdo)

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