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Os rastros do Grupo Espírito Santo no escândalo do mensalão

Em depoimento, Roberto Jefferson afirmou que petistas e petebistas receberiam dinheiro do Grupo Espírito Santo após uma negociação intermediada pelo operador do esquema, Marcos Valério, a pedido de Dirceu

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 3 jul 2014, 21h03

Em meio a informações de que o fundo soberano da Venezuela, representado pela petroleira PDVSA, pode adquirir participação relevante no Grupo Espírito Santo (GES), o Banco Espírito Santo e a Portugal Telecom retornam ao noticiário após terem deixado rastros no esquema do mensalão, o maior escândalo político do governo Lula e que levou para atrás das grades empresários e políticos, entre eles o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu.

No auge das revelações sobre a trama que corrompeu parlamentares e derrubou a antiga cúpula do PT, o deputado cassado e ex-presidente do PTB Roberto Jefferson afirmou que petistas e petebistas receberiam dinheiro do Grupo Espírito Santo após uma negociação intermediada pelo empresário Marcos Valério a pedido de Dirceu. Os valores do acordo são divergentes, mas até 40 milhões de dólares poderiam chegar aos dois partidos por meio de uma comissão pela transferência de recursos do extinto Instituto de Resseguros do Brasil (IRB).

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Na época do escândalo, o Banco Espírito Santo atribuiu ao operador do mensalão, Marcos Valério, o mérito de ter conseguido agendar uma audiência entre José Dirceu e o presidente da instituição financeira no Brasil, o português Ricardo Espírito Santo, em janeiro de 2005. Ao banco, Valério prometeu ter influência e relacionamento próximo com o gabinete da Casa Civil.

No Brasil, a Portugal Telecom é uma das maiores credoras das empresas da área não financeira do Grupo Espírito Santo. Foi controladora da operadora Vivo até 2010 e adquiriu participação na Oi. Na época das denúncias sobre o escândalo do mensalão, as agências de Valério prestavam serviços de publicidade a empresas telefônicas, entre elas a Telemig Celular, então controlada pelo Grupo Oportunity e alvo de cobiça pela Portugal Telecom.

Durante o julgamento do mensalão, um episódio envolvendo o Banco Espírito Santo foi utilizado por diversas vezes pelos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) para condenar políticos, incluindo José Dirceu. Em juízo, Roberto Jefferson atribuiu ao ex-chefe da Casa Civil o aval para a negociação de recursos dos empresários portugueses, tendo determinado que ele e o então tesoureiro do PTB, Emerson Palmieri, viajassem a Lisboa para se reunir com o presidente da Portugal Telecom, Miguel Horta, e obter recursos ilegais da Portugal Telecom para o PT e os petebistas. Na época, Jefferson disse que foi discutida a possibilidade de a Telefônica fazer uma doação de 8 milhões de euros.

Em setembro de 2012, o operador do mensalão Marcos Valério prestou depoimento sigiloso à procuradoria-geral da República em que novamente relaciona a Portugal Telecom ao escândalo dos mensaleiros. À subprocuradora Claudia Sampaio, ele afirmou que o ex-presidente Lula atuou para obter dinheiro da Portugal Telecom para o PT e disse que o petista e o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci negociaram pessoalmente com Miguel Horta o repasse dos recursos por meio de contas de publicitários que prestavam serviços ao PT. Apesar das suspeitas, tanto a Portugal Telecom quanto o grupo português não chegaram a ser acusados.

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