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Oposição quer ouvir Petrobras e Dilma sobre compra de refinaria

Enquanto o PPS deve protocolar nesta quarta um pedido para ouvir os ex-diretor internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, o tucano Aécio Neves afirmou que a presidente terá de se explicar sobre o negócio fechado em 2006

Por Da Redação
19 mar 2014, 14h42

O líder do PPS, deputado federal Rubens Bueno (PR), afirmou que vai protocolar ainda nesta quarta-feira nas comissões de Fiscalização e Controle e de Relações Exteriores da Câmara um pedido para ouvir o ex-diretor internacional da Petrobras, Nestor Cerveró. O executivo seria o autor de um relatório apresentado à presidente Dilma Rousseff sobre a compra da refinaria de Pasadena, no Texas. A presidente, à época, era ministra da Casa Civil e presidente do conselho de administração da Petrobras – e chancelou a compra com base no relatório de Cerveró. Também o pré-candidato do PSDB à presidência da República, Aécio Neves, afirmou em sua página no Facebook que a presidente deve “explicações claras” ao país sobre sua aprovação do negócio. O caso, revelado por VEJA, está sob análise do Tribunal de Contas da União e do Ministério Público, que investigam suspeitas de superfaturamento.

Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo publicada nesta quarta mostra que a presidente apoiou a compra de 50% da refinaria por um valor muito além do que os cálculos mais otimistas poderiam prever. A estatal arrematou o negócio por 360 milhões de dólares, sendo que um ano antes, a mesma refinaria havia sido adquirida (inteira) pela Astra Oil por 42,5 milhões de dólares. Se o negócio tivesse parado por aí, já estaria no campo do absurdo. Contudo, apenas piorou: em 2008, devido a uma cláusula no contrato, a Petrobras se viu obrigada a comprar os 50% restantes por 700 milhões de dólares – o que elevou o preço da refinaria de 42 milhões a 1,18 bilhão de dólares em apenas três anos.

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A presidente afirmou ao Estado que desconhecia tal cláusula, chamada de “Put Option”, que estabelecia que, em caso de desacordo entre os sócios da refinaria, uma das partes deveria comprar a outra. Outra cláusula que a presidente alegou desconhecer foi a chamada “Marlim”, que garantia à Astra Oil lucro de 6,9% ao ano mesmo que as condições de mercado não permitissem tal resultado.

Bueno, do PPS, afirmou que vai encaminhar ao Ministério de Minas e Energia um pedido para obter cópia do resumo executivo que teria induzido Dilma a chancelar a compra. “É de se estranhar que a presidente Dilma, chamada de ‘gerentona’, de uma executiva de excelência, tenha aprovado essa compra milionária sem ler o contrato. Mais estranho ainda é só agora, oito anos após o episódio, ela ter admitido que foi induzida a erro por um parecer falho”, questionou.

Já Aécio cobrou explicações da presidente afirmando que Dilma “não tem o direito de justificar-se apenas dizendo ter sido mal assessorada”. “O Brasil aguarda explicações do governo e da Petrobras sobre quais são os critérios utilizados para tomada de decisões de tamanha importância”, afirmou o tucano.

“As explicações são pouco convincentes e é preciso que essa questão seja investigada a fundo”, disse Aécio, que classificou o caso de “extremamente grave”. Ele afirmou que vai fazer na tarde desta quarta um pronunciamento da tribuna do Senado com medidas a serem tomadas pela oposição. Para Aécio, a revelação mostra a “irresponsabilidade” das decisões da Petrobras, que, segundo ele, perdeu mais da metade do seu valor patrimonial nos últimos anos. Ele disse que a questão é “ainda mais grave” por envolver Dilma.

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O líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (SP), afirmou na tarde desta quarta que a revelação do voto de Dilma é mais um elemento que desconstrói a imagem de “grande gerente” da presidente. Ele lembrou que o partido já apresentou representações para que o Ministério Público investigasse a operação.

Leia no blog de Reinaldo Azevedo:

Imaginava-se, até esta quarta, que tudo era mesmo culpa de José Sérgio Gabrielli, ex-presidente da empresa, de quem Dilma nunca gostou muito. Agora, a gente descobre que a soberana sempre soube de tudo, não é mesmo? Parece que Gabrielli cansou de levar a culpa sozinho

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