Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Operação de troca da dívida grega tem ampla adesão

É a maior reestruturação de uma dívida da história, superando os US$ 82 bilhões do default da Argentina, em 2002

Por Da Redação
9 mar 2012, 07h37

O governo da Grécia anunciou nesta sexta-feira que quase 84% de seus credores privados aceitaram a operação de troca da dívida, o que representará a perda de mais da metade dos valores dos títulos e abrirá o caminho para desbloquear os recursos necessários para salvar o país da falência.

Segundo o Ministério das Finanças, Evangelos Venizelos, os proprietários de bônus da dívida grega – donos de um montante avaliado em 172 bilhões de euros – aceitaram a troca, que corresponderá a 83,5% dos 206 bilhões de euros de dívida pública nas mãos de investidores privados (bancos, seguradoras e fundos de investimento).

O percentual sobe a 85,8% quando considerados apenas aqueles que adquiriram títulos sob regimes do direito grego.

Leia também:

Acordo sobre dívida grega reduz risco de contágio, avalia IIF

Esta é a maior reestruturação de uma dívida da história, que supera os 82 bilhões de dólares do default da Argentina em 2002 (73 bilhões de euros com a cotação da época).

Atenas destacou que a ampla adesão permite ao governo ativar as cláusulas de ação coletiva (CAC) que forçariam os credores privados reticentes a aceitar a operação. Esta medida elevaria o nível de adesão a 95,7%.

Continua após a publicidade

A União Europeia (UE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI) haviam condicionado ao êxito da operação – que representa um desconto de 53,5% do valor dos bônus gregos em mãos privadas – o repasse de 130 bilhões de euros para salvar o país da quebra.

Esta quantia corresponde ao segundo resgate concedido à Grécia por seus sócios da Eurozona. O primeiro plano de ajuda, de 110 bilhões de euros em 2010, se revelou insuficiente para salvar um país que tem as contas abaladas e entra em 2012 no quinto ano consecutivo de recessão.

Menos de 75% de adesão teria significado um fracasso da operação e deixado a Grécia exposta a um rápido default, já que o país enfrenta vencimentos por 14,4 bilhões de euros em 20 de março. (Continue lendo o texto)

Continua após a publicidade
Como pode evoluir a dívida da Grécia
Como pode evoluir a dívida da Grécia (VEJA)

As bolsas asiáticas, o petróleo e a cotação do euro registram alta nesta sexta-feira. Na Europa, as bolsas abriram próximas da estabilidade, depois que fecharam em alta na véspera com as notícias de um possível êxito na operação grega.

Venizelos agradeceu aos investidores que se uniram à “histórica” iniciativa.

Continua após a publicidade

“Em nome da República, quero expressar meu apreço a todos os nossos credores que apoiaram nosso ambicioso programa de reforma e ajuste, e que compartilharam os sacrifícios do povo grego neste esforço histórico”, destacou Venizelos em um comunicado.

O ministro informou que o prazo para os credores que compraram títulos da dívida grega sob regimes legais estrangeiros aceitem a operação, cujo prazo foi ampliado para eles até 23 de março. Nesta categoria, apenas 69% dos investidores aderiram ao plano.

Atenas tem atualmente uma dívida pública total de 350 bilhões de euros, equivalentes a 160% do Produto Interno Bruto (PIB). O conjunto de planos de ajuste, reduções da dívida e créditos deve permitir ao país reduzir a dívida a 120,5% do PIB em 2020.

Continua após a publicidade

A aplicação das CAC permitirá superar 95% de adesão do plano, mas a adesão forçada também poderia ativar os seguros contra a falta de pagamentos (CDS), que em fevereiro alcançavam 3,2 bilhões de euros.

A Alemanha, principal economia europeia, considerou que o acordo representa um “grande passo” para a estabilidade da Grécia.

O Instituto Internacional de Finanças (IIF), uma associação do sistema bancário que participou na elaboração do processo, destacou que a reestruturação “dá à Grécia uma grande oportunidade de avançar com seu programa de reformas e reforça a capacidade da Eurozona de criar um ambiente de estabilidade e crescimento”.

Continua após a publicidade

Pouco antes do anúncio oficial, a diretora gerente do FMI, Christine Lagarde, havia afirmado que a perspectiva de um acordo “afasta, no momento, o risco de uma crise”.

A operação de troca será concretizada na próxima segunda-feira para os bônus de direito grego.

(Com agência France-Presse)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.