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Oi envia executivos para fazer pente fino nas contas da Portugal Telecom

Objetivo da viagem é evitar futuras surpresas sobre investimentos feitos pela tele portuguesa

Por Da Redação
10 jul 2014, 23h32

Com o fantasma de um calote rondando a Portugal Telecom (PT), os acionistas brasileiros da Oi decidiram fazer um pente fino nas contas da operadora portuguesa para evitar novas surpresas desagradáveis, como um recém-descoberto investimento de risco feito pela PT. Um time da área financeira da Oi, liderado pelo diretor da área, Bayard Gontijo, está em Portugal com a missão.

A averiguação é importante porque as duas empresas caminham para uma fusão, que dará origem a CorpCo e deve ser concluída em outubro. Pelo cronograma inicial, uma união entre as áreas de tesouraria das duas companhias estava prevista só para meados de agosto. Mas, preocupados, os acionistas brasileiros decidiram antecipar o processo após a crise provocada pelo investimento de risco de 897 milhões de euros (cerca de 2,7 bilhões de reais) feito pela operadora portuguesa na Rioforte, holding em crise financeira do Grupo Espírito Santo (GES), que, por sua vez, é dono de 10,05% da PT.

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No mercado, a tensão também é elevada. Em meio às incertezas, notícias de que o Espírito Santo International (ESI), dono da Rioforte, atrasou o pagamento dos juros de dívidas de curto prazo pressionou ainda mais as ações da Oi, que fecharam na menor cotação dos últimos 15 anos nesta quinta-feira na BM&FBovespa, .

Os papéis preferenciais da operadora de telefonia lideraram as quedas do índice Ibovespa, um tombo de 12,65%. A ação foi a 1,45 real, menor valor de fechamento desde 10 de fevereiro de 1999. A mínima atingida durante o pregão também foi a menor desde 17 de fevereiro de 1999. A ação ordinária da Oi recuou 13,48%. O atraso no pagamento aumentou os temores de que a PT deixará de receber os 897 milhões de euros que emprestou à Rioforte dentro do prazo, que vence na próxima semana.

Contaminação – Entre os acionistas brasileiros da Oi, a grande preocupação é o surgimento de novas operações que possam influenciar a situação financeira da Portugal Telecom. Um dos passos da fusão foi a avaliação dos ativos da operadora, que somaram 5,7 bilhões de reais em laudo feito pelo Santander Brasil.

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Oi diz não ter sido informada sobre investimentos da Portugal Telecom

Desde que a possibilidade de calote veio à tona, os sócios brasileiros são categóricos em garantir que a Oi não irá arcar com um possível prejuízo da PT no negócio fechado com a Rioforte. No início da semana, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES), um dos sócios controladores da Oi, classificou as aplicações na Rioforte como “inconsistentes com padrões mínimos de boa governança corporativa” e revelou já ter pedido informações detalhadas sobre a transação feita pela operadora.

Caso o pagamento não seja feito na data, há duas possibilidades na mesa. A primeira é reduzir a participação da PT na CorpCo de 38% para até 20% no pior cenário. Outra possibilidade é a utilização de garantias. A fatia da PT seria mantida na CorpCo em 38%, mas parte das ações serviriam de garantia e seriam liberadas à medida que a Rioforte quitasse o pagamento referente aos títulos comprados pela operadora portuguesa.

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Reunião tensa – De acordo com a imprensa portuguesa, o presidente da Portugal Telecom, Henrique Granadeiro, se reuniu nesta quinta com o conselho de administração da companhia para explicar o investimento na Rioforte. Segundo o Diário Económico, Granadeiro alega que não havia a necessidade de comunicar a operação ao conselho por ser uma aplicação de curto prazo. Além disso, o executivo argumenta que a transação foi aprovada pela comissão executiva. A Oi pediu esclarecimentos sobre o negócio e declarou não ter sido informada nem participado das decisões que levaram à aplicação. Procurada pelo Broadcast sobre o encontro, a PT não retornou.

A imprensa portuguesa diz ainda que, com a crise, a Oi encontrou uma forma de pressionar os portugueses, exigindo a alteração na relação de troca das ações. O objetivo seria reduzir a fatia sem “esticar muito a corda”, não colocando em risco o negócio.

(Com Estadão Conteúdo)

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