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Nova medida só terá efeito sobre o ritmo de queda do dólar

A tendência de desvalorização da moeda americana não será revertida

Por Benedito Sverberi
6 jan 2011, 12h35

Não será plenamente bem-sucedido um eventual plano do Banco Central de conter a desvalorização do dólar em relação ao real por meio de medidas pontuais, como a anunciada nesta quinta-feira – recolhimento compulsório sobre a posição ‘vendida’ dos bancos, isto é, sobre negócios que exigem a entrega futura de dólar ou pagamento da variação cambial, o que, na prática, representa uma aposta em sua queda. Segundo economistas ouvidos pelo site de VEJA, a resolução – que se soma aos aumentos do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) que incide nos investimentos estrangeiros em renda – deverá, no máximo, aplacar o ritmo de queda da cotação da moeda americana nos próximos meses. O real, que vem se apreciando graças a um movimento estrutural do mercado internacional de moedas, continuará com tendência de valorização ao longo do ano.

Para a economista-chefe do Banco Fibra, Maristella Ansanelli, a importância da medida de encarecer as operações de câmbio está menos em seu efeito e mais no que sinaliza. “O governo tem deixado claro que não está parado ante a apreciação da moeda brasileira. Além das medidas que efetivamente vêm adotando, o discurso da nova equipe econômica é que tem muito mais por vir”, esclarece. Ela explica que a sucessão de novas regras no mercado cambial têm um efeito cumulativo, mas que, no limite, apenas reduz o ritmo de queda do dólar.

O economista da gestora de recursos M.Safra, Marcelo Fonseca, destaca que o compulsório sobre as posições vendidas em câmbio dos bancos “quebra a tendência de desvalorização agressiva” da moeda americana vista na virada do ano. “O comportamento dos últimos dias deve ter assustado um pouco o governo. A preocupação das autoridades econômicas é mais com que a velocidade da apreciação do real do que com o movimento em si, que é inevitável”, explica o analista.

A adoção de medidas pontuais de controle cambial não é, a propósito, exclusiva do Brasil. “Todos os países do mundo, sobretudo os emergentes, que têm recebido enormes fluxos de capital e vêm suas moedas valorizarem rapidamente estão tomando medidas. Todos querem ganhar tempo e suavizar essa tendência na esperança de que o equilíbrio global se restabeleça em algum momento”, pontua Fonseca. “Como vivemos um momento atípico, o mundo aceita melhor hoje este tipo de saída”, acrescenta Maristella.

A Tendências Consultoria, em nota enviada aos seus clientes, alerta que algum cuidado deve ser tomado quanto aos efeitos da medida anunciada nesta quinta-feira sobre o crédito ao exportador. A menor oferta de dólares nos bancos pode encarecer as linhas voltadas a este público, dificultando ainda mais a competitividade das exportações do País. Para a consultoria, o ideal é que sejam tomadas providências para evitar esse potencial efeito negativo.

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