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Nem a alta do dólar inverte o déficit da indústria

Setor manufatureiro tem mostrado crescimento pífio devido a fatores como crise internacional, perda de competitividade dos produtos brasileiros e o aumento das importações de manufaturados

Por Da Redação
26 ago 2013, 11h18

A escalada do dólar não deve impedir que o déficit da balança comercial de produtos industrializados atinja a casa dos 100 bilhões de dólares em 2013 – o pior desempenho do setor de manufatura desde o ano 2000. A crise internacional, a perda de competitividade dos produtos brasileiros e o aumento das importações de manufaturados prejudicaram a indústria brasileira, que tem registrado crescimento pífio nos últimos três anos.

O Brasil perdeu vantagem competitiva em relação a outros países que ganharam espaço no mercado externo em produtos intensivos e em pesquisa e desenvolvimento. Na outra ponta, o Brasil aumentou as importações de produtos acabados, que ficaram mais baratos lá fora por conta do aumento da capacidade ociosa em muitas nações e pelo dólar barato durante um período prolongado.

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Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) mostram que o déficit comercial de produtos manufaturados é de 103,6 bilhões de dólares no acumulado dos últimos 12 meses, encerrados em julho. Nos sete primeiros meses deste ano, o saldo está negativo em 64,3 bilhões de dólares – no mesmo período do ano passado era de 54,8 bilhões de dólares. A balança de manufaturados passou a ser deficitária em 2007, mas piorou depois do auge da crise nos Estados Unidos em 2009. O saldo ficou negativo em 94,1 bilhões de dólares no ano passado.

Longe do recorde – As exportações de produtos acabados nunca mais superaram o recorde de 2008, de 92,6 bilhões de dólares, apesar de terem dado sinais de recuperação em 2011. As exportações de itens industrializados somaram 50,6 bilhões de dólares de janeiro a julho deste ano, patamar muito próximo aos sete primeiros meses de 2012. No acumulado em 12 meses, totalizaram 90,5 bilhões de dólares.

Os dados deste ano ainda foram reforçados com a exportação contábil de uma plataforma de petróleo – na prática, o equipamento não foi vendido ao exterior. As vendas que mais cresceram foram as de automóveis e etanol, ao mesmo tempo em que caíram as de óleos combustíveis, aviões e laminados planos. As importações de manufaturados saltaram de 105,6 bilhões de dólares de janeiro a julho de 2012 para 115 bilhões de dólares no mesmo período de 2013.

Os números acumulados em 12 meses são de importações de 194,1 bilhões de dólares, quase 10 bilhões de dólares a mais que as compras destes produtos no mercado externo em 2012. As compras de bens de capital, máquinas e equipamentos atrelados a investimentos subiram 8,9% e de bens de consumo, 5,2%.

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Expectativas – Para a equipe econômica, é normal o processo de recuperação das importações em função da retomada do crescimento econômico e dos investimentos no Brasil. Por outro lado, o governo espera que a valorização do dólar, sentida nos últimos meses, volte a impulsionar as exportações de manufaturados. O governo afirma que não há espaço fiscal para novos estímulos. Essa discussão chega ao Reintegra, criado para dar competitividade à indústria, que pode terminar no final deste ano. Este programa devolve às empresas 3% do valor exportado em manufaturados. O MDIC anunciou na semana passada que há intenção de manter o Reintegra até o final de 2014.

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Uma fonte da equipe econômica argumenta que a desoneração da folha de salários das empresas também dará ganho de competitividade às exportações brasileiras. O governo ainda espera que a indústria tenha redução de custo na compra de insumos importados com a queda na alíquota do Imposto de Importação para 100 produtos a partir de outubro. Outra aposta é que a recuperação da economia dos Estados Unidos amplie as vendas de produtos industrializados.

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(com Estadão Conteúdo)

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