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Negócios que nasceram na mesa do bar

Ambiente informal favorece a troca de ideias “sem censuras” e o surgimento de parcerias duradouras

Por Da Redação
7 set 2011, 15h15

A cena é típica de um roteiro de cinema: amigos se reúnem na mesa de bar e, quase que por acaso, surge uma ideia que mudará o destino de todos. Eles rabiscam planos em um guardanapo e decidem criar um negócio. O filme avança para cinco anos no futuro e todos reunidos ali se tornaram empreendedores de sucesso. O que poderia parecer um artifício de roteirista preguiçoso é, na verdade, a história por trás do nascimento de alguns negócios bem-sucedidos. Conheça a história de três empresas promissoras que surgiram entre um gole e outro.

Olho no Clique — Era quinta-feira, final de tarde e os amigos Guilherme Pizzini e Sylvio Avilla sentaram à mesa de um bar em Campinas para jogar conversa fora. Pizzini, que estava fazendo um MBA e planejava começar um negócio na indústria farmacêutica, falava com o amigo sobre o livro “Você está louco!”, de Ricardo Semler, que havia lido para o curso. “Estávamos comentando como ele tinha ideias bem diferentes e o papo acabou enveredando para ‘novas ideias'”, lembra Pizzini.

Foi neste contexto que os futuros sócios começaram a especular que poderia ser interessante trazer para o Brasil o modelo de negócio de leilões virtuais popularizado pelo site alemão Swoopo, até então inédito por aqui. “Fiquei pensando naquilo direto até o sábado, dia da minha próxima aula. Chamei uma amiga que entendia bastante de internet para almoçar naquele dia e ela me falou sobre o potencial deste mercado”, conta Pizzini. Um ano e oito meses depois, nascia o Olho no Clique.

Os sócios investiram 500 mil reais na plataforma, que estreou em dezembro de 2008. Hoje, o site possui 1 milhão de clientes cadastrados e quer chegar a 10 milhões até final do ano. Em média, 35 produtos com preços de mercado entre 150 reais e 2,5 mil reais são leiloadas todos os dias pela plataforma, que deve faturar R$ 5 milhões neste ano.

TWT Digital — Amigos de longa data, Daniel Avizu e Helio Freitas cansaram de imaginar negócios que poderiam abrir juntos entre uma cerveja e outra. Mas foi em uma noite em setembro de 2009, sentados em uma mesa no bar Filial, que os dois decidiram concretizar a sociedade. Avizu, que acabara de deixar o emprego de gerente de engenharia e sistemas em uma grande empresa, trabalhava nas horas vagas em uma solução de rastreamento de celulares. “Eu trabalhava com um grande time de técnicos espalhados pelo Brasil e eles nunca estavam onde eu precisava”, lembra.

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Naquela noite, no bar, Freitas mostrou para o amigo seu recém-adquirido BlackBerry Storm, gabando-se das várias funções do aparelho. “Ele disse: ‘olha que bacana essa função de localização à distância’, acrescentando: ‘pena que não funciona'”, lembra Avizu. “Foi então que eu mostrei para ele o meu protótipo, que já estava rodando no celular que eu tinha no bolso.”

Munidos de suas habilidades técnicas, os parceiros começaram imediatamente a trabalhar no produto, na época batizado de CeluLoc, e a desenvolver o plano de negócios. Eles chegaram a procurar investidores para viabilizar a empreitada, mas decidiram recuar um pouco e dar os primeiros passos com recursos próprios. “Naquele estágio, percebemos que íamos ter que ceder uma fatia muito grande do negócio para ter um sócio”, conta.

Em pouco mais de um ano e meio, o serviço conquistou mais de 30 mil usuários e a TWT Digital, empresa fundada pela dupla, recebeu um aporte do investidor anjo Cassio Spina. O produto foi rebatizado de ZoeMob e ganhou uma nova roupagem. “Antes, o foco era a proteção do aparelho. Agora, é a proteção das pessoas”, explica Avizu. O assinante do serviço, que custa a partir de 3,40 reais ao mês, cadastra os celulares de seus familiares para mantê-los no seu radar, podendo fazer backup e monitoramento de conteúdos armazenados nos aparelhos e configurar alertas de segurança. “Se o seu filho sai do perímetro da escola durante o horário de aula, por exemplo, você recebe um aviso imediatamente”, explica o empreendedor.

Enox — No final de 2003, Rafael Cordeiro foi convidado por dois amigos para abrir uma agência de propaganda. A conversa informal aconteceu em uma mesa de bar em Curitiba e deu origem à Enox, fundada em uma sala que pertencia à família de um dos sócios. Mas logo eles perceberam que sobreviver no competitivo mercado seria uma tarefa árdua. “A vida de agência era dura e a gente não queria seguir nos próximos anos”, lembra Cordeiro.

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Foi, mais uma vez, na mesa do bar que surgiu a solução para os problemas da empresa. “Durante um happy hour tivemos a ideia de colocar anúncios em banheiros de bares”, conta Cordeiro. A Enox mudou seu enfoque e passou a se especializar em mídia indoor. “Desta forma, podíamos prestar serviços às outras agências em vez de concorrer com elas”, justifica o empreendedor.

O modelo foi sendo aperfeiçoado e hoje a empresa promove campanhas em mais de 5 mil estabelecimentos – entre academias, lojas, bares e restaurantes. Empregando cerca de 200 funcionários, possui 17 escritórios em diferentes geografias do país. “Hoje colocamos à disposição dos nossos clientes mais de 30 mil mesas de bar e um exército de 7,5 mil garçons para promover a marca deles”, diz Cordeiro.

O empreendedor defende a importância da conversa de bar na trajetória de qualquer negócio. “No bar, entre amigos, não há censura, não há ideia ruim. O brainstorm é muito mais positivo”, destaca.

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