Mulheres ganham 81,4% do valor recebido por homens em SP
Estudo da Fundação Seade e do Dieese mostra que diferença salarial diminuiu pelo sexto ano seguido em 2014. Disparidades, no entanto, ainda são grandes
O rendimento das mulheres cresceu em 2014 pelo sexto ano consecutivo na região metropolitana de São Paulo. Apesar de positivo, o resultado de pesquisa da Fundação Seade e do Dieese sobre o trabalho feminino ainda não merece grande comemoração. Segundo o último levantamento, elas ganham 81,4% do valor recebido pelos homens. Em 2013, o porcentual era 77,1%.
As trabalhadoras ainda conferiam um rendimento por hora menor que os trabalhadores todo mês. Na região metropolitana de São Paulo, o rendimento por hora, para as mulheres estava em 9,80 reais, em 2014, 5,3% superior ao registrado no ano anterior. O rendimento dos homens era de 12,04 reais a hora, valor praticamente estável (-0,2%) em relação a 2013.
Considerando esse avanço em 2014, é possível imaginar que o rendimento por hora trabalhada da mulher será igual ao do homem dentro de pouco mais de quatro anos. Mas esse seria o cenário mais otimista, visto que o aumento em pontos porcentuais entre 2013 e 2014 foi o maior da última década.
A redução da desigualdade ocorreu apenas no quesito remuneração. Na média, as trabalhadoras (38 horas) ainda conseguem os contratos com jornada semanais menores que os homens (43 horas).
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Elas (12,2%) também suportam maiores taxas de desemprego que eles (9,6%). “Embora historicamente a taxa de desemprego feminina seja sempre superior à masculina, nota-se um lento movimento de aproximação dessas taxas, ainda que as diferenças sejam grandes”, escrevem os pesquisadores na pesquisa.
A ocupação ficou relativamente estável para homens e mulheres pelo segundo ano consecutivo, apesar do sinal positivo para eles e negativo para elas. A taxa de ocupação caiu de 45,9% para 45,7% para as trabalhadoras e subiu de 54,1% para 54,3% para os trabalhadores.
Domésticas – A pesquisa também destaca que a proporção das empregadas domésticas no total das ocupações femininas foi a menor da série da pesquisa. Diminuiu de 14% para 13,7%, entre 2013 e 2014. “Em momentos de maior e mais diversificada oferta de trabalho, como é o caso da última década, as mulheres tendem a se ocupar em atividades de maior prestígio e em setores mais estruturados, permanecendo nos serviços domésticos, principalmente, aquelas nas faixas etárias mais elevadas e com menor escolaridade.”
(Com Estadão Conteúdo)