Minoritários brasileiros também entrarão na Justiça contra Petrobras
Segundo jornal, um grupo de acionistas quer indenização por queda de 85% no preço das ações da empresa desde 2008
Um grupo de até seis acionistas minoritários está se preparando para entrar na Justiça contra a Petrobras por perdas financeiras com a queda de 85% das ações da empresa desde que as compraram em 2008. Representados pelo advogado Francisco Antônio Stockinger, de Porto Alegre (RS), os clientes viram o preço do papel da empresa despencar de 48 reais para 8,91 reais na última segunda-feira, prejudicados pelo escândalo de corrupção na estatal. As informações foram divulgadas nesta terça-feira pelo jornal Folha de S.Paulo.
O advogado pediu ao juiz Sérgio Moro, de Curitiba, cópia das declarações prestadas na Lava Jato pelo doleiro Alberto Yousseff e pelo ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa. Stockinger quer comprovar que as escolhas das lideranças da petroleira foram meramente políticas, em troca de apoio no Congresso, e isso prejudicou a companhia e seus investidores consequentemente. A ação deve ser protocolada nos próximos dias.
Investidores americanos já entraram na Justiça dos Estados Unidos pedindo indenizações por terem sido ‘enganados’ com números que não correspondiam à realidade, já que foram possivelmente inflados pelos contratos superfaturados. As ADRs (recibos de ações negociados na Bolsa de Valores de Nova York) da Petrobras nos Estados Unidos precisam seguir as regras de governança estabelecidas pela SEC, órgão que corresponde nos EUA à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A própria SEC está investigando as denúncias de corrupção na Petrobras desde outubro do ano passado. Ao contrário do Brasil, apurações desse tipo costumam ser rápidas nos EUA e são passíveis de multas bilionárias para a empresa condenada.
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Em dezembro, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abriu inquérito administrativo para apurar responsabilidades de executivos da Petrobras em denúncias de corrupção envolvendo a companhia.
Dois casos motivaram a abertura do inquérito. O primeiro é o pedido do Ministério Público Federal (MPF) para apurar denúncias de pagamento de propina a funcionários da Petrobras para contratos de afretamento de navios e plataformas entre a empresa e a companhia holandesa SBM Offshore. O escândalo foi revelado por VEJA em fevereiro deste ano.
O outro é análise dos desdobramentos da investigação que apura denúncias de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa na Petrobras. Esses são crimes que estão sendo investigados no âmbito da operação Lava Jato, da Polícia Federal.
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