Merkel cutuca Hollande e diz que Europa deve manter pacto
No mesmo dia, o chefe de governo italiano pede "uma coalizão de boa vontade" para propostas concretas em prol do crescimento econômico
Nem deu tempo ainda de François Hollande tomar posse da presidência da França e ele e Angela Merkel, chanceler alemã, já começam a se estranhar. Nesta quarta-feira, Merkel reiterou que todos devem respeitar a decisão dos países da Zona do Euro com relação às medidas de austeridade fiscal. Para ela, crescimento econômico e finanças sólidas não são contraditórios.
O presidente eleito francês, o socialista Hollande, que assumirá o poder em 15 de maio, reclama a renegociação do Pacto de Estabilidade Fiscal assinado no início de março por 25 dos 27 países europeus (com exceção da Grã-Bretanha e da República Tcheca). O acordo limita o déficit público anual a 3% do Produto Interno Bruto (PIB). Para Hollande, o crescimento econômico deve ser priorizado. Hollande se reunirá com Merkel em Berlim em 16 de maio.
Boa vontade – Também nesta quarta-feira, o chefe de governo italiano, o tecnocrata Mario Monti, pediu “uma coalizão de boa vontade” para colocar na mesa propostas concretas para promover o crescimento econômico da União Europeia durante uma reunião na Itália. Os dirigentes europeu farão no dia 23 de maio uma reunião extraordinária para discutir o assunto.
Os resultados das eleições do último fim de semana na França e na Grécia refletem o descontentamento dos europeus com as medidas de austeridade e os cortes impostos pela maioria dos governos.
“Há preocupação, inclusive raiva, já que se criou uma fratura entre as elites, os dirigentes e seus povos. É muito difícil encontrar um bom equilíbrio entre medidas confiáveis para os mercados financeiros e os planos de austeridade”, reconheceu o comissário europeu Michael Barnier à agência AFP.
Monti solicitou ainda à União Europeia que sejam adotadas novas regras para o cálculo dos déficits públicos, de modo que não sejam levados em conta os investimentos públicos estratégicos que serão aprovados.
(Com agência France-Presse)