Mercado reduz projeções do PIB e eleva as de inflação
Essa é a terceira redução consecutiva da previsão de alta do PIB, agora em 1% para 2012 e de 3,4% para 2013
O mercado financeiro deu continuidade ao ajuste de suas estimativas sobre o crescimento o Produto Interno Bruto (PIB) neste ano e no próximo, voltando a reduzir suas projeções, ao mesmo tempo em que elevou as previsões de inflação, mostra pesquisa Focus do Banco Central divulgada nesta segunda-feira.
Os analistas consultados preveem agora que a economia irá expandir 1% neste ano, ante estimativa de 1,03% na semana anterior. Para 2013, a expectativa caiu a 3,4%, ante 3,5% anteriormente. Essa foi a quinta semana seguida de redução de ambas as projeções.
Na sexta-feira, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) indicou que a economia brasileira iniciou o quarto trimestre acelerando o ritmo ao subir 0,36% em outubro. Entretanto, isso não foi suficiente para sustentar a perspectiva de que a recuperação é permanente.
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De qualquer forma, a aceleração em outubro reforça ainda mais a percepção de que a taxa básica de juros não será alterada tão cedo, o que se reflete na expectativa dos analistas consultados no Focus de que a Selic encerrará 2013 nos atuais 7,25%.
Inflação – Já as contas para a inflação neste ano foram novamente elevadas, pela segunda semana seguida. Para 2012, a expectativa para o IPCA agora é de alta de 5,60%, ante 5,58% na pesquisa anterior. Para 2013, a projeção foi também ligeiramente elevada para 5,42%, ante 5,40% projetados na semana anterior. Nos dois casos, as expectativas estão acima do centro da meta de inflação do governo de 4,5% para o IPCA.
Também a perspectiva para a inflação nos próximos 12 meses foi elevada, para 5,46% ante 5,44% anteriormente. O governo tem defendido que a economia começou a ganhar tração neste fim de ano, depois de o PIB ter crescido apenas 0,6% no terceiro trimestre, e que a inflação vai convergir para o centro da meta em 2013, ainda que de forma não linear.
Na semana passada, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, voltou a reforçar que a melhor estratégia para controlar a inflação é “a estabilidade das condições monetárias por um período de tempo suficientemente prolongado”.
Dólar – A pesquisa Focus mostrou também que o mercado manteve a previsão para o dólar tanto neste ano como no próximo em 2,08 reais.
(com Reuters)