Mercado financeiro reduz projeção de crescimento a 2,31%
Trata-se do nono corte consecutivo nas estimativas elaboradas por economistas ouvidos pelo BC
O mercado financeiro reduziu novamente sua estimativa para o crescimento da economia brasileira em 2013. De acordo com a pesquisa semanal Focus divulgada nesta segunda-feira pelo Banco Central, a projeção de alta do Produto Interno Bruto (PIB) passou de 2,34% na semana passada para 2,31%. Trata-se da nona queda consecutiva da previsão elaborada pelos economistas ouvidos pelo BC. Para o próximo ano, contudo, a estimativa se manteve em 2,8%.
O rebaixamento reflete os números pessimistas dos últimos indicadores da economia brasileira. Na sexta-feira, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado um sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), caiu 1,4% em maio ante abril. Esta é a maior retração desde dezembro de 2008, quando o indicador caiu 4,3%. O resultado no mês ficou pior do que as expectativas do mercado, mas o indicador apresentou reação no acumulado em 12 meses, com alta de 1,89% em maio.
Também na semana passada, o Fundo Monetário Internacional (FMI) rebaixou novamente a projeção de crescimento da economia brasileira em 2013 e 2014. A instituição agora prevê que o PIB brasileiro cresça 2,5% neste ano, ante expectativa de alta de 3% no último relatório, de abril. Para 2014, a revisão para baixo foi ainda maior: de 4% para 3,2%.
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Em relação à inflação, os economistas ouvidos pelo BC reduziram ligeiramente sua projeção para este ano, passando-a de 5,81% para 5,8%. Já a estimativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2014 manteve-se estável em 5,9%, refletindo a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) que, na semana passada, elevou a taxa básica de juros, Selic, para 8,5% ao ano.
O relatório Focus mostra que o mercado manteve sua perspectiva de que a Selic encerrará 2013 a 9,25%, depois de o BC indicar que manterá essa intensidade de elevações no futuro. Para 2014, porém, eles elevaram a projeção da taxa básica de juros a 9,5%, ante 9,25%.
No caso do câmbio, a projeção para 2013 foi mantida em 2,20 reais para o fim do ano, mas a de 2014 passou de 2,22 reais para 2,30 reais.
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