Mercado eleva projeção da inflação pela 16ª vez seguida
Analistas ouvidos para produção do boletim Focus aumentaram a perspectiva do IPCA para 9,25%. PIB também deve ter queda maior: 1,8% negativo.
O mercado voltou a prever uma piora no quadro da economia brasileira nesta segunda-feira, com subida da inflação e uma queda mais acentuada do Produto Interno Bruto (PIB). Em relação à taxa básica de juros (a Selic), que na semana passada foi reajustada para 14,25%, os analistas mantiveram a expectativa de que esta foi a última elevação do ano. As informações constam do boletim Focus, que é constituído com estimativas de mais de cem instituições financeiras e divulgado pelo Banco Central às segundas.
A projeção do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi revisada para cima pela décima sexta semana consecutiva, desta vez de 9,23% para 9,25%. Se concretizada, esta será a maior inflação desde 2003, quando fechou o ano em 9,3%. Influenciada pelo aumento no preço da conta de luz e dos alimentos e pela valorização do dólar, o IPCA está muito acima da meta definida pelo governo, cujo teto máximo é de 6,5%.
Em relação ao comportamento do PIB, os analistas previram um recuo de 1,8% – na semana passada, a baixa esperada era de 1,75%. Se confirmado, 2015 fechará o ano com a maior queda no nível da atividade econômica do país desde 1990, quando registrou decréscimo de 4,35%.
Apesar da deterioração das estimativas do cenário econômico neste ano, os analistas mantiveram as projeções para o próximo ano, de inflação a 5,4%; e crescimento no PIB de 0,2%.
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(Da redação)