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Mercado de crédito teve comportamento favorável, diz BC

Chefe do Departamento Econômico do Banco Central disse que isso se deve a queda nos juros, nas taxas de financiamentos e inadimplência

Por Da Redação
26 jul 2012, 13h01

O chefe do Departamento Econômico do Banco Central (BC), Tulio Maciel, comemorou o desempenho do mercado de crédito em junho. Para ele, o segmento teve um “comportamento favorável”, com recuo das taxas de juros, queda das margens cobradas nos financiamentos – o spread bancário – e também melhora na inadimplência.

Maciel destacou também que o juro médio praticado no mercado de crédito livre – de 31,1% – é a menor taxa cobrada pelos bancos na série histórica, sendo que a taxa ao consumidor – de 36,5% – é a menor desde julho de 1994. O recuo do juro no mês passado aconteceu, segundo ele, particularmente nas operações direcionadas para as famílias. “O spread bancário também recuou significativamente”, adicionou.

A queda dos juros é reflexo, segundo ele, da política monetária do BC, que tem diminuído a taxa Selic desde o ano passado, e também da iniciativa dos bancos públicos e privados brasileiros em cortar suas taxas. “Você tem dois fatores, o ciclo de política monetária, recuo da taxa básica, e essa iniciativa de redução mais agressiva de juros de parte do setor financeiro. A redução se dá tanto pelo custo de captação como do spread”, afirmou.

Crédito – O segundo semestre será de maior expansão de crédito, conforme já estamos observando, na opinião de Maciel. No primeiro semestre de 2012, o total de financiamento e empréstimos avançou 6,8%, em linha com a projeção do BC de crescimento do total de crédito de 15% para o ano. O desempenho também está alinhado com a leitura da instituição de que o crédito deverá apresentar “moderação”.

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Os números também estão alinhados com a previsão da casa de que o crédito deve terminar o ano em patamar equivalente a 52% do PIB no fim do ano. “Esse ritmo de expansão vem sendo determinado por algumas operações como crédito imobiliário que crescem de maneira mais robusta e determina esse crescimento em relação ao PIB”, disse.

Ele afirma que a retomada do crédito no segundo semestre será importante para a economia. “O mercado de crédito vai responder a estímulos dados recentemente, principalmente a taxa de juro mais baixa. E, claro, isso vai contribuir para a aceleração da atividade no período”, disse.

Inadimplência – Neste cenário, o calote nos financiamentos diminuiu entre as pessoas físicas e jurídicas. O grande destaque nesse tema foi a queda da inadimplência para veículos, que caiu pela primeira vez desde dezembro de 2010. “Os atrasos de 15 a 90 dias, o que é indicador antecedente, também têm apresentado comportamento positivo para essa modalidade (veículos) nos últimos dois meses, o que sinaliza trajetória mais favorável da inadimplência no segundo semestre”, disse.

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Para ele, a inadimplência deve diminuir nos próximos meses como resultado de três movimentos: redução dos juros, cautela por parte dos bancos e crescimento da massa salarial. Ele reiterou, porém, que a queda dos juros bancários contribuiu para a redução da inadimplência, mas que há defasagem na relação entre esses dois fatores.

Dados do BC mostram que o endividamento passou de 32,2% da renda em janeiro de 2009 para 43,3% em abril de 2012, sendo que esse porcentual considera o estoque de crédito dividido pela renda anual das famílias.Quando se retira do estoque de crédito as operações habitacionais, o endividamento passa de 27,2% em janeiro de 2009 para 31,2% em abril de 2012.

“O aumento do crédito implica maior endividamento das famílias, claro. Mas boa parte desse endividamento decorre do crédito para habitação”, afirmou.

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Maciel disse ainda que o crédito total cresceu porque a capacidade de pagamento das pessoas permitiu isso e que essa capacidade está associada ao comprometimento da renda mensal com pagamento de dívidas.

Esse outro dado, que considera o valor das prestações mensais dividido pela renda mensal, segue “estável”, segundo Maciel, desde 2010. Estava em 19,7% em janeiro de 2010. Chegou a 19,8% em janeiro de 2011. Em setembro do ano passado, estava em 22%. Em abril de 2012, chegou a 22,1%.

Veículos – A média diária de concessões de crédito para veículos cresceu 22,8% na comparação entre maio e junho, de acordo com o BC. O número reflete os efeitos do pacote do governo para o setor, desoneração tributária e aumento de recursos para financiamento.

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O mercado de crédito para veículos mostrou reação em junho. Dados divulgados nesta quinta-feira pelo Banco Central mostram que o total de operações tomadas por pessoas físicas aumentou 2,1% no mês passado na comparação com maio. “O crescimento de 2,1% é significativo no mês”, disse Maciel.

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Juros – Maciel disse que a taxa média de juros do crédito livre subiu 0,2 ponto porcentual nos dados parciais até dia 16 de julho, na comparação com o fechamento de junho, para 31,3%. Na pessoa física, a alta foi de 1,3 ponto porcentual, para 37,8%. Na pessoa jurídica, por outro lado, houve recuo de 0,4 ponto porcentual, para 23,4%.

O spread bancário geral também subiu, de 23,2 pontos porcentuais no fim de junho para 23,5 pontos até dia 16 de julho. Na mesma comparação, o spread do crédito pessoa física avançou de 28,5 pontos para 30,1 pontos. Para as empresas, no sentido contrário, o spread recuou de 15,9 pontos para 15,6 pontos no mesmo período.

Maciel afirmou que “é natural que haja uma alta” do spread e dos juros depois da queda verificada no primeiro semestre do ano. “Essa alta de 0,2 ponto nos juros pode ser vista como estabilidade”, afirmou em relação à taxa geral.

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