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Marfrig fica 1/3 menor com venda da Seara

Negociação com a JBS não envolve pagamento em dinheiro – empresa dos irmãos Batista apenas assumirá a dívida da concorrente

Por Ana Clara Costa
10 jun 2013, 11h22

A JBS, maior empresa de carne processada do mundo, anunciou na manhã desta segunda-feira a compra das marcas Seara e Zenda, da Marfrig, por 5,85 bilhões de reais. O negócio, que não envolve pagamento em dinheiro, mas apenas assunção de dívidas, cortará em um terço o tamanho da Marfrig, segundo o diretor-presidente da Seara, Sérgio Rial. “A ideia agora é fortalecer a estrutura de capital (da Marfrig) e crescer no que a gente sabe fazer bem”, disse Rial, em entrevista coletiva à imprensa na manhã desta segunda-feira, em São Paulo. Segundo o executivo, as sucessivas aquisições feitas pela companhia ao longo dos últimos anos atrapalharam seu foco. “Não conseguimos dar à Seara a merecida atenção”, afirmou. A Marfrig havia adquirido a Seara em 2009, da Cargill, por 900 milhões de dólares.

Radar:

JBS compra Seara e Zenda, da Marfrig, por 5,85 bilhões de reais

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), grande acionista tanto da Marfrig quanto da JBS, não teve qualquer participação nas negociações, disse o presidente da Seara. “O banco detém debêntures conversíveis em ações da Marfrig, que são equities, não dívida. Então não há qualquer tipo de envolvimento”, afirmou o executivo. O BNDES detém 19,6% de participação da Marfrig, após efetuar aportes de 3,5 bilhões de reais desde 2010 na empresa comandada por Marcos Molina – que, por sinal, não compareceu à coletiva para anunciar a venda da Seara.

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Sem a negociação, que deverá ainda ser aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), o endividamento da Marfrig está em torno de 13 bilhões de reais. Rumores sobre a venda de ativos circulam no mercado desde o ano passado – sobretudo quando o BNDES se viu obrigado a aumentar sua participação de 14% para 19,6% na empresa. Segundo Rial, 65% do endividamento da Seara, especificamente, está em moeda estrangeira – situação pouco confortável no atual momento de câmbio volátil e dólar em franca valorização.

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A dívida, na avaliação de Wesley Batista, presidente do grupo JBS, poderá ser melhorada devido ao bom relacionamento da empresa com os bancos nacionais (as dívidas com bancos eram o principal problema da Marfrig). “Vamos discutir com os bancos formas de melhorar o perfil da dívida da Seara. Se houver possibilidade de captar mais barato, vamos tentar”, disse. Com a compra da Seara, a Marfrig ficará sem qualquer dívida com bancos, segundo seu presidente.

Nas palavras de Batista, a aquisição da Seara representará um acréscimo de 10 bilhões de reais na receita da JBS. O executivo disse, ainda, que a marca da empresa permanecerá, apesar das sinergias que deverão ocorrer em fábricas e centros de distribuição. Contudo, Batista garantiu que não haverá fechamento de plantas.

A JBS também garantiu que manterá a Seara como patrocinadora da Copa do Mundo de 2014 e da Fifa, além do patrocínio ao time de futebol Santos. Contudo, foi encerrado o contrato de patrocínio com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), cuja previsão de término era apenas em 2014.

O novo presidente da Seara será Gilberto Tomazoni, que dirige a área de aves, suínos e processados da JBS. Sérgio Rial deverá manter-se na Marfrig.

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