O remanejamento de dinheiro dos resultados do Banco Central tem sido apontado por economistas que acompanham as contas públicas como o instrumento utilizado no fim de 2015 para o pagamento das chamadas “pedaladas fiscais” (atrasos do Tesouro em repassar recursos para cobrir programas pagos pelos bancos públicos, como o Bolsa Família e o financiamento agrícola). O Ministério da Fazenda nega a prática, e o BC emitiu nota nesta sexta-feira afirmando ser “totalmente descabida qualquer insinuação de que o Banco Central do Brasil utilizaria qualquer subterfúgio para realizar operações de financiamento ao Tesouro Nacional, por expressa vedação contida na Constituição Federal e na Lei de Responsabilidade Fiscal”. Em nota técnica, os economistas José Roberto Afonso, Marcos Mendes, Leonardo Ribeiro, Felipe Salto e Marcos Köhler, no entanto, identificam as operações. E mais: Colocam o aumento da inflação como um dos efeitos colaterais dessa prática. “O déficit do Tesouro e o seu financiamento pelo Banco Central pressionam a dívida bruta, deteriora as expectativas e mantém a economia presa em uma armadilha de alta inflação e baixo crescimento”, diz o estudo. (Da redação)