Mais da metade da população brasileira é da classe média
Segundo a Secretaria de Assuntos Estratégicos, 53% dos brasileiros estão na classe intermediária de renda, que deve movimentar R$ 1 trilhão neste ano
Mais da metade da população brasileira (53%) pertence a classe média, informou nesta quinta-feira a Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República por ocasião da divulgação do estudo “Vozes da Classe Média”. Segundo informações veiculadas pela Agência Brasil, há no total 104 milhões de brasileiros nesta classe social, a qual deve movimentar 1 trilhão de reais no ano, de acordo com estimativa da consultoria Data Popular.
Há dez anos, a classe média representava pouco mais de um terço do total da população (38%) e, desde então, 35 milhões de pessoas foram incluídos neste segmento de renda, que varia de 291 reais a 1.019 reais de renda per capita mensal.
Aproximadamente 80% dos novos integrantes da classe média brasileira são negros. Com isso, a representatividade entre negros e brancos na classe média ficou equilibrada: 53% da classe média é formada por negros e 47% por brancos.
“Uma das característica da classe média é que os grupos que entraram eram os que estavam menos representados. Agora ela [classe média] é muito mais heterogênea do que era há dez anos”, disse o secretário de Assuntos Estratégicos da SAE, Ricardo Paes de Barros.
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Franco destacou a importância do crescimento da classe média para movimentar e impulsionar a economia do país, pois essa fatia da população responde por 38% da renda e do consumo das famílias. “Em torno de 18 milhões de empregos foram criados na última década. Esses empregos formais foram associados a uma política adequada de salário mínimo, que deu ganhos reais acima da inflação aos brasileiros”, disse.
Motivos – De acordo com o estudo, a expansão desse segmento resultou de um processo de crescimento econômico combinado com redução na desigualdade, refletidos no aumento da renda e do emprego formal, a consequente expansão do crédito, o aumento da escolaridade e a democratização da informação por meio da internet e da TV por assinatura. A estimativa é que, mantidas a taxa de crescimento e a tendência de queda nas desigualdades dos últimos dez anos, a classe média chegará a 57% da população brasileira em 2022.
Mobilidade – A pesquisa também mostrou que a redução da classe baixa foi mais intensa que a expansão da classe alta. De 2002 a 2012 ascendeu da classe baixa para a média 21% da população. Na mesma década, passaram da classe média para a alta 6% dos brasileiros.
O crescimento da renda da classe média tem sido maior que o do rendimento do restante da população, de acordo com os dados apresentados no estudo. No período, enquanto a renda média desse segmento cresceu 3,5% ao ano, a das famílias brasileiras cresceu 2,4% ao ano.
O estudo usa dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e do Instituto Data Popular.