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Lojas contabilizam prejuízo com a Copa do Mundo

Com o fechamento das lojas e a falta de clientes em dias de jogos, muitos comércios têm registrado perda de movimento durante a competição

Por Da Redação
4 jul 2014, 11h14

Não são poucos os cronistas esportivos (entre profissionais e amadores) que já apontam essa como a Copa das Copas. Mas, para alguns negócios, a agenda de jogos e toda a expectativa em torno do mundial não têm sido tão favoráveis. Comerciantes registram movimento baixo e até prejuízo. Na Rua 25 de Março, centro de São Paulo, a loja de bijuterias Cindy viu o movimento cair em cerca de 40%, segundo a encarregada, Roseli Morganti. “Temos clientes de outros Estados que acabam não vindo. Ainda temos de liberar os funcionários nos jogos do Brasil, é mais prejuízo”, explica Roseli. “Vi poucos turistas por aqui. Para nós, a Copa não ajudou nada.”

Na última partida do Brasil, no sábado, praticamente todas as lojas ficaram fechadas. “O sábado é o dia de maior movimento para nós, então já viu o que significa isso”, diz Raul dos Santos, dono de uma loja de brinquedos na Rua Carlos de Souza Nazaré, na mesma região. Para piorar, a venda de artigos verde-amarelos só começou a decolar após o início dos jogos. “Estava mais fraco do que o esperado, mas agora estamos vendendo bem, até as camisas dos outros países têm saído”, disse o vendedor ambulante Roberval Pereira Silva.

O economista Marcel Solimeo, superintendente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), afirma que os setores beneficiados pela Copa são os de bebidas, carnes, supermercados e de produtos diretamente relacionados aos jogos – “até pipoca”. “Todos os outros são prejudicados. O comércio só vende quando está aberto e tem clientes. Com a Copa, muitos fecham as portas e o dia de vendas é reduzido.”

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Mercado – Mas até quem está incluído no ramo beneficiado sentiu queda no consumo. No Mercado da Lapa, na zona oeste de São Paulo, nem a decoração com faixas verde-amarelas resultou em um efeito nos caixas. Em uma votação, os lojistas decidiram não abrir no último sábado. “Diminuiu bem o movimento. Já estou até torcendo para que o Brasil caia e as coisas voltem ao normal”, diz a comerciante Roberta Agostine, dona de um box de alimentos. Mesmo vendendo produtos essenciais, como materiais de limpeza, Ronan Valentim de Castro prevê prejuízo neste período. “As pessoas adiam tudo, todo evento impacta. Com futebol, as pessoas esquecem tudo.”

Solimeo, da ACSP, lembra que todas as Copas têm a característica de paralisar a comercialização de produtos e serviços na hora dos jogos, mas a de 2014 tem um impacto diferente. “Não é só nos dias de jogos do Brasil. Quando há jogo aqui em São Paulo, há aumento do rodízio, o que também atrapalha.”

Aulas – No Jardim Anália Franco, bairro nobre da zona leste, a escola de música Lado B fez promoções para a Copa e uniforme canarinho para a equipe. Mas, segundo a coordenadora Claudia Ferreira, houve uma queda “brutal” nas matrículas. “Entre maio e junho, caiu 30% a procura por aulas. Só trabalhamos normalmente na primeira semana, depois foi muito devagar”. A escola ainda sente os reflexos dos dias de jogos do Brasil, porque precisa liberar os funcionários – mas as aulas têm de ser repostas. Ainda houve quem preferisse trancar a matrícula. “Alguns já voltaram. Perceberam que sem música a Copa fica mais chata”, brinca.

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Fuleco – Até as vendas do boneco mascote da Copa, o Fuleco, estão em baixa. Com o desaparecimento do personagem do mundial, o interesse das crianças também diminuiu e, consequentemente, as vendas do produto caíram. A pedido da Fifa, o Fuleco foi licenciado a empresas como Grow, Elka e BBR Brinquedos, em diferentes versões, pela Globo Marcas.

A Grow apostou fortemente no produto, com a produção de 600 mil unidades, das quais 550 mil já tinham sido distribuídas no início da competição. A fabricante avalia, porém, que a exposição do produto na mídia diminuiu no momento em que deveria ir às alturas. Para o gerente de marketing da empresa, Gustavo Arruda, era esperado um papel de destaque do Fuleco, o que teria ajudado muito as vendas�. Desde o início da Copa, os pedidos do varejo têm sido discretos. Sem especificar quantidades, Arruda diz que a Grow conseguiu, nos últimos vinte dias, diminuir �um pouco� o estoque de 50 mil unidades.

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Entre as varejistas, a avaliação também é de que o resultado poderia ser melhor. Segundo a loja de brinquedos Armarinhos Fernando, na rua 25 de março, a rede tem estoque suficiente para a demanda pelo mascote até o fim do mundial, no próximo dia 13. O gerente geral da loja​, Ondamar Ferreira, afirma que não pretende fazer novos pedidos. Mas, segundo ele, a demanda por outros itens relacionados ao evento (bolas, camisas e vuvuzelas), está bem mais forte e que novas encomendas já foram feitas.�

(com Estadão Conteúdo)

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