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Lanche popular nos aeroportos da Infraero — de barato não tem nada

Preços de sucos, lanches e água de coco estão bem acima do determinado pela Infraero nos aeroportos de Curitiba, Salvador e Porto Alegre, mostrando que preços tabelados são (sempre) a pior estratégia

Por Da Redação
28 abr 2014, 18h05

Um levantamento da Proteste revelou que lanchonetes populares dos aeroportos de Curitiba (PR), Salvador (BA) e Porto Alegre (RS) desrespeitam as regras da Infraero em relação aos preços do chamado “lanche popular”. Desde 2012, alguns pontos de vendas oferecem uma lista de 15 produtos com preços mais acessíveis, definidos pela Infraero após pesquisas feitas nos mercados locais. A ideia da estatal era “controlar” os preços cobrados de alguns produtos (fornecidos por meio de licitações) dentro de um piso preestabelecido. Contudo, segundo a Proteste, o barato está saindo caro – mostrando mais uma vez que o controle de preços invariavelmente traz prejuízos ao consumidor.

A associação pesquisou 50 estabelecimentos de 14 aeroportos, localizados nas 12 cidades da Copa do Mundo. Na lanchonete popular Rapid In, no Aeroporto Internacional Afonso Pena (Curitiba), foi constatado que cinco produtos que estavam sendo vendidos acima do preço tabelado. O misto quente, por exemplo, que deveria custar 2,90 reais, estava sendo comercializado a 3,30 reais. “O único suco natural do cardápio, o de laranja, tem o preço de 4 reais, enquanto deveria ser 3,10 reais”, diz o relatório.

No aeroporto internacional Deputado Luís Eduardo Magalhães (Salvador), a lanchonete popular Conexão Café cobra 5 reais pela água de coco, 1,80 real a mais do que prevê a Infraero. Já na lanchonete Trop Café, do aeroporto Salgado Filho (Porto Alegre), o sanduíche natural é vendido por 6,50 reais – deveria ser 6 reais. “Também se verificou flagrante exemplo de fraude na quantidade de bebida servida. Há lanchonetes populares, como as dos aeroportos de Rio de Janeiro (Santos Dumont), São Paulo (Congonhas), Recife e Fortaleza que servem capacidades menores que as estipuladas pelo contrato da Infraero, cobrando, contudo, o mesmo valor”, disse a associação de consumidores.

Entre os casos de aumento de preços de outros produtos, a Proteste cita do brownie da popular BC Express, no Aeroporto de Congonhas (São Paulo), que custa 6,75 reais – 2,25 reais mais caro do que o do Fly Café, no mesmo aeroporto, que, por sua vez, não participou de qualquer licitação. O mesmo ocorre com a empanada custa 6,50 reais na lanchonete popular Palheta, no Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim, no Rio, enquanto o mesmo produto sai por apenas 3,60 reais na Kafe, lanchonete convencional.

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A discrepância apurada pela Proteste evidencia não apenas a má-fé dos comerciantes, mas também a ineficácia de qualquer tipo de política de controle de preços. Prova disso é que a própria Proteste apurou que, em algumas lanchonetes autorizadas a vender os tais “produtos populares”, os preços de outros produtos não controlados subiram como forma de equalizar a queda da margem dos comerciantes. Ou seja, todos os consumidores saem perdendo. (Clique para continuar lendo).

Lanche popular - tabela
Lanche popular – tabela (VEJA)
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Sinalização – A associação destaca ainda que em metade dos aeroportos pesquisados há pouca informação sobre quais lanchonetes são populares. Apenas Curitiba, Salvador, Porto Alegre e Rio de Janeiro (Santos Dumont) têm cartazes indicando sua existência.

Em janeiro a Infraero lançou a campanha “Lanche Popular” com o objetivo de padronizar a identidade visual desses estabelecimentos. Em fevereiro foram disponibilizados cardápios em braille para deficientes visuais.

A primeira loja com preço controlado foi inaugurada em julho de 2012, em Curitiba. A Infraero planeja que todos os aeroportos das cidades-sede da Copa de 2014 recebam lanchonetes com preços controlados.

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