Lagarde é eleita diretora-geral do FMI
Indicada pelo comitê executivo do Fundo, Francesa derrotou o mexicano Agustín Carstens com o apoio dos países emergentes
A francesa Christine Lagarde foi eleita nesta terça-feira para o cargo de diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI). Lagarde é a primeira mulher a alcançar o posto e sucede o francês Dominique Strauss-Kahn no cargo. Kahn pediu demissão após o escândalo sexual em que se envolveu nos Estados Unidos.
A francesa, atualmente ministra das Finanças do governo de Nicolas Sarkozy, assumirá a liderança do fundo no dia 5 de julho para um mandato de cinco anos.
O FMI anunciou que seu conselho escolheu Lagarde “por consenso”, sem detalhar se havia sido unanimidade. Na disputa, estava o mexicano Agustín Carstens. Mas com o apoio da maioria dos países europeus, dos Estados Unidos, da China e do Brasil, a vitória de Lagarde já era esperada.
Christine Lagarde assume o cargo em um momento delicado. O risco de calote da dívida grega ressurge, a instabilidade no mundo árabe preocupa e a guerra cambial ainda não foi resolvida. Entenda os desafios que a nova líder do FMI tem pela frente:
Crise da dívida grega – Apesar de a Grécia ter fechado um acordo com FMI, Comissão Europeia e Banco Central Europeu por um novo resgate financeiro no valor de 110 bilhões de euros, o risco de calote ainda preocupa. A tarefa da nova líder do FMI é garantir que a Grécia saia da crise.
Nesta quarta-feira, o parlamento grego votará um novo pacote de austeridade imposto ao país – extremamente impopular -, como condição de conseguir o empréstimo. O país já enfrenta 48 horas de greve. A paralisação foi convocada pelos sindicatos dos setores público e privado, em protesto contra a adoção das medidas duras pelo governo.
Guerra cambial – Lagarde tem a difícil tarefa de alcançar um acordo entre a China, que mantém sua moeda claramente subvalorizada, e os países que defendem uma atuação mais consistente do fundo contra o emergente asiático.
Especialistas argumentam que esse desafio é um dos mais difíceis, já que o apoio da China à candidatura da ministra francesa teve grande peso em sua eleição.
Revoltas no mundo islâmico – Os países-membros do FMI pediram à direção que prestasse “atenção particular” às repercussões econômicas das revoltas no mundo islâmico. Principalmente ao Egito, que acabou de pedir 4 bilhões de euros emprestado ao fundo e pode precisar de mais 12 bilhões de dólares até junho de 2012.