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Joaquim Levy, o ‘ministro banqueiro’ de Dilma Rousseff

Ex-secretário do Tesouro Nacional na gestão do ex-ministro Antonio Palocci, Levy ajudou a promover um dos maiores ajustes fiscais já realizado no país

Por Da Redação
27 nov 2014, 14h26

Se muitos economistas de viés ortodoxo aplaudem a condução da politica econômica do primeiro mandato de Lula, muito se deve ao trabalho de Joaquim Levy, secretário do Tesouro de 2003 a 2006, quando o Ministério da Fazenda era chefiado por Antonio Palocci. Com a saída de Palocci do governo, Levy também deixou a pasta.

Rejeitado por grande parte dos petistas, ele teve como principal marca a austeridade e é reconhecido por seu perfil ortodoxo. Pessoas próximas o definem como determinado, obsessivo por trabalho e tão teimoso quanto a presidente, apesar de ser gentil e bem-humorado no trato pessoal. Seu trabalho na condução dos ajustes econômicos agradou tanto que Lula o indicou para o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e foi secretário da Fazenda do Rio de Janeiro, antes de chefiar a área de fundos do Bradesco.

Formado em Engenharia Naval pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Levy nasceu no Rio de Janeiro e tem 53 anos. É doutor em Economia pela Universidade de Chicago e mestre pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Antes de iniciar carreira pública, integrou os quadros do Fundo Monetário Internacional (FMI), onde ocupou cargos em vários departamentos, entre 1992 e 1999.

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Quando foi secretário da Fazenda no Rio de Janeiro, entre 2007 e 2010, fez o Estado ser o primeiro do Brasil a ter o selo de grau de investimento da agência Standard and Poor�s (S&P) – um dos desafios da próxima equipe econômica será manter esse status para o país, hoje sob risco de ser perdido. No exercício desta função, Levy foi um dos principais adversários da mudança do regime de exploração do petróleo no Brasil: de concessão, para partilha.

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Ainda que as mensagens dadas pelo governo após as eleições tenham sido truncadas – ora com sinalização de ajuste, ora com demonstrações de manutenção das políticas atuais -, a escolha de Levy é positiva. Mostra pré-disposição da presidente em implementar as reformas necessárias, sobretudo no âmbito fiscal.

O economista tem bom trânsito com o mercado e também dentro do governo. Mas sua indicação é, sobretudo, simbólica. Quando era ministra de Minas e Energia, Dilma teve desentendimentos com Levy justamente por achar que a Fazenda “se preocupava demais” com o lado fiscal, fechando as torneiras para projetos e investimentos.

A visão genuína da presidente sobre as contas públicas foi exacerbada durante a última campanha eleitoral, na qual Dilma criticou abertamente os ajustes feitos no período de Fernando Henrique Cardoso. Agora, o discurso (felizmente) mudou. Tanto é que Dilma recorre ao economista justamente para que seu governo retome o equilíbrio fiscal. As incoerências entre discurso e prática não param por aí. No fim das contas, depois de demonizar o setor bancário durante a campanha, a presidente foi buscar nos bancos o seu ministro da Fazenda.

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