Ipea vê inadimplência em trajetória de queda
Além da taxa de insolvência, o comprometimento da renda das famílias brasileiras com dívidas também deve mostrar performance favorável
O comprometimento da renda das famílias brasileiras com o serviço da dívida (juros e amortizações) e a taxa de inadimplência devem apresentar trajetória descendente nos próximos meses. A previsão é do boletim Conjuntura em Foco do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgado nesta quinta-feira.
Segundo o instituto, a redução das taxas de juros e a continuação do cenário positivo no mercado de trabalho embasam essa aposta.
O Ipea faz uma análise comparativa entre a situação do crédito no Brasil com a de outros países – inclusive a dos Estados Unidos, onde houve uma crise do sistema financeiro em razão da bolha imobiliária em 2008. O boletim conclui que o endividamento das famílias no país é ainda baixo em comparação com outras regiões.
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Em relação à renda acumulada nos últimos doze meses, o endividamento brasileiro chega a 42%, contra 108% na zona do euro e 161% no Reino Unido. Mesmo o crédito imobiliário, que cresceu acima da média nos últimos anos, e atingiu 5,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em junho, está bem abaixo do nível de países como os EUA (65% do PIB) e a África do Sul (27%).
Na avaliação do Ipea, o dado que suscita maior preocupação é o comprometimento da renda das famílias com o pagamento de juros e amortizações, que tem se mantido em torno de 22% desde o segundo semestre de 2011. No entanto, o instituto aponta que o fato de a maior parte do endividamento das pessoas físicas se concentrar no curto e no médio prazo (73%) indica que o índice pode cair no curto prazo.
(Com Agência Estado)