Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Instabilidade na China piora percepção de risco do Brasil

Além da desaceleração da China, Brasil é afetado por recessão econômica e política fragilizada, o que aumenta a percepção de risco do país

Por Da Redação
25 ago 2015, 11h01

A turbulência que ecoou da bolsa chinesa para o mundo nesta semana sinalizou que o Brasil pode sofrer mais do que o previsto com a desaceleração do país asiático. O Brasil seria afetado não apenas porque a China consumirá menos e forçará a queda no preço de matérias-primas. O Brasil também tende a ser visto como um país mais arriscado.

O economista José Júlio Senna, chefe do Centro de Estudos Monetários do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), explica como o contágio tende a ocorrer. “Nesta segunda-feira, ficou claro que a desaceleração da China aumenta o mau humor em relação a todos os emergentes, e o Brasil, que tem a economia em recessão e a política fragilizada, vai ser visto com mais desconfiança ainda”, diz.

Senna vem acompanhando o Dólar Index (indicador que mede o desempenho do dólar ante várias moedas), o risco Brasil e a variação do real. Ao longo de todo o ano passado e no primeiro trimestre deste ano, não houve tendência definida entre eles. “Mas, a partir de 17 de julho, quando o presidente da Câmara anuncia o rompimento com o governo, passamos a sofrer com o ambiente político: o risco Brasil subiu e o dólar acompanhou”, diz Senna. “A desaceleração da China agrava o quadro.”

O mercado sinalizou que compartilha dessa percepção. Os contratos de proteção contra eventual calote brasileiro, os credit default swap (CDS), atingiram nesta segunda-feira, o nível mais alto desde 2009, acompanhando o movimento de aversão global aos riscos. O CDS do Brasil de cinco anos atingiu 370 pontos-base, o nível mais alto desde 13 de março de 2009.

Continua após a publicidade

Já o Ibovespa, principal índice da bolsa, fechou nesta segunda-feira com queda de 3,03%, no menor patamar em mais de seis anos, influenciado pela onda de pânico que dominou os mercados globais por temores ligados à desaceleração da economia chinesa. O giro financeiro totalizou 7,3 bilhões de reais. Nesta terça-feira, no entanto, o Ibovespa reagiu, e, por volta das 10h40 subia 1,83%, aos 45.149 pontos.

Leia também:

Bolsa da China desaba pelo segundo dia seguido

Continua após a publicidade

China corta juros e libera bancos para emprestarem mais

Outro fator que preocupa é o preço das matérias-primas, que tende a ser afetado de diferentes maneiras. “Brasil e China vinham adotando modelos de crescimento quase opostos: no Brasil, prevalecia o consumo como motor, na China, o investimento; agora a China se volta para o consumo”, lembra Raul Velloso, especialista em contas públicas que acompanha o cenário internacional para medir os impactos sobre a economia local.

(Com Estadão Conteúdo)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.