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Inflação rompe o limite máximo da meta

Puxada por transporte e vestuário, o IPCA em abril atinge 0,77% e, em doze meses, soma 6,51% – acima do valor total máximo estipulado pelo governo para a inflação de 2011 (6,50%)

Por Beatriz Ferrari e Benedito Sverberi
6 Maio 2011, 09h13

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – que é índice oficial de inflação do governo – atingiu 6,51% no acumulado em doze meses até abril e ultrapassou o limite máximo da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para este ano. O país atualmente possui como meta 4,5%, com margem de tolerância de dois pontos porcentuais para baixo (2,5%) ou para cima (até 6,5%).

Segundo dados divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o índice em abril teve alta de 0,77% contra 0,79% de março. No acumulado do ano, a inflação já totaliza expansão de 3,23%. Neste mês, as maiores elevações na cesta de bens e serviços usada para o cálculo do indicador foram verificadas em transporte (1,57%) e vestuário (1,42%).

Preocupação – A divulgação do IPCA referente ao mês anterior coroa um ambiente de grande preocupação com a trajetória dos preços da economia. Já no final de 2010, esse índice vinha mostrando sinais preocupantes. Desde agosto do ano passado, os economistas ouvidos pelo Banco Central para a pesquisa semanal Focus vêm subindo as previsões para o IPCA acumulado de 2011.

No ínicio de março, a expectativa no mercado era que o limite máximo da meta, chamada no jargão econômico de ‘teto’, só seria atingido em agosto. De lá para cá, as expectativas deterioram-se rapidamente. Hoje, a expectativa é de que a inflação chegue aos 7% em meados do ano e, depois comece a desacelerar, para fechar o ano em 6,37%.

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Enquanto isso, até bem pouco atrás o Banco Central e o governo davam demonstração de enorme confiança de que o quadro inflacionário estaria sob controle – em total dissonância com o mercado. Esta postura, pelo menos da parte do BC, mudou um pouco na divulgação da última ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). No documento, o órgão externalizou, pela primeira vez, maior preocupação com a trajetória dos preços e com o fato de a economia não dar sinais de desaceleração consistente. Mostrou também dúvidas sobre a possíbilidade de fazer o PIB perder ritmo com os incentivos ainda existentes no mercado de crédito. A credibilidade da autoridade monetária está abalada, o que, por si só, é ruim para a tarefa de debelar a inflação. O mercado parece já ter se conformado que a batalha contra a inflação este ano está perdida e que, agora, o BC luta para alcançar a meta em 2012.

Infelizmente, os outros órgãos do governo federal, em especial o Ministério da Fazenda, parecem estar ainda mais atrasados no que diz respeito a um comprometimento com o combate da inflação que vá além do discurso. Enquanto o ministro Guido Mantega continuar a creditar o problema da inflação brasileira à conjuntura internacional, que é só parte da causa, e considerar normal o IPCA bater no ‘teto’ da meta, como se a alta dos preços estivesse controlada, será difícil acreditar que o governo sabe e quer fazer o que é preciso para conter a inflação.

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