Inflação perde força, mas mantém maior taxa desde 2003
No acumulado de doze meses, IPCA ficou em 8,17%, o maior patamar em quase doze anos e muito acima do centro da meta, de 4,5%
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,71% em abril, alcançando a marca de 4,56% no acumulado dos quatro primeiros meses de 2015, o maior nível para o período desde 2003, quando atingiu 6,15%. Isso significa que só no primeiro quadrimestre a inflação estourou o centro da meta, de 4,5%, definido pelo governo para o ano todo. Os números foram calculados e divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira.
Apesar disso, a taxa da inflação no mês de abril foi 0,61 ponto porcentual menor do que a de março, de 1,32%, quando chegou ao maior nível para o mês em vinte anos. Em comparação com abril de 2014, houve aumento de 0,04 ponto porcentual. Na prática, isso significa que a inflação desacelerou em abril e os preços subiram, em média, menos do que em março. Grande parte disso se relaciona à conta de luz. Enquanto em abril, as tarifas de energia subiram apenas 1,31%, em março a elevação foi de 22,08%.
“Com os aumentos ocorridos, o consumidor está pagando neste ano, em média, 38,12% a mais pelo uso da energia, enquanto nos últimos doze meses as contas estão 59,93% mais caras”, informou, em nota, o instituto.
Embora tenha perdido força, a inflação ainda está longe de ser controlada. No acumulado de doze meses, ela ficou em 8,17%, maior patamar desde dezembro de 2003 e bem distante do teto da meta do Banco Central, de 6,5%. Se for levado em conta o centro da meta, de 4,5%, o descompasso é ainda maior.
No mês de abril, os itens de higiene foram os que tiveram o maior reajuste, de 1,32%, seguido pelo de alimentos e bebidas, com 0,97%. Segundo o IBGE, a alta no preço do tomate, de 17,9%, foi um dos grandes responsáveis pelo aumento. Na outra ponta, o que teve a menor variação foi a categoria de transportes, com 0,11%. Isso porque os preços dos combustíveis caíram no mês em 0,91%.
O IPCA mede a inflação para as famílias com rendimentos mensais entre um e quarenta salários mínimos, que vivem nos centros urbanos de São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Curitiba, Porto Alegre, Goiânia, Campo Grande, Brasília, Fortaleza, Recife, Belém, Vitória e Salvador.
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(Da redação)