Inflação fecha 2014 muito próxima do limite aceitável
IPCA registrou alta de 6,41% em 12 meses até dezembro, puxado por preço de alimentos e energia elétrica. Teto da meta oficial é de 6,5%
(Atualizado às 13h50)
O que é?
O IPCA é considerado o índice oficial de inflação. É calculado com base nos gastos de famílias com rendimentos mensais entre 1 e 40 salários mínimos residentes em 12 regiões metropolitanas.
A diferença em relação ao IPCA-15, considerado prévia da inflação, está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica (não mede as variações de preços em Vitória nem Campo Grande).
Por muito pouco a inflação não estourou o teto da meta em 2014. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 6,41% em 12 meses até dezembro, apenas 0,09 ponto porcentual menor do que o limite considerado ‘aceitável’ pelo governo. A meta oficial é de 4,5%, mas os limites da banda vão de 2,5% (mínimo) a 6,5% (máximo). De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa do ano passado é superior à vista em 2013, de 5,91%.
Apenas em dezembro, o IPCA subiu 0,78%, ficando acima da taxa de 0,51% registrada em novembro. Ela também foi a segunda maior taxa mensal do índice no ano passado todo, superada apenas pela inflação em março, que chegou a 0,92%.
O IPCA-15, considerado o índice prévio da inflação e divulgado há duas semanas, já havia sinalizado que o IPCA cheio poderia ficar bem próximo ao teto da meta, ainda que abaixo dele. O IPCA-15 acumulou alta de 6,46% em 12 meses até dezembro.
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O mercado financeiro acredita que o Comitê de Política Econômica (Copom) do Banco Central vai elevar mais uma vez os juros já na primeira reunião do ano que acontece nos dias 20 e 21 de janeiro. Hoje a Selic está em 11,75%. O próprio presidente do BC, Alexandre Tombini, afirmou no fim do ano passado que a inflação acumulada em 12 meses tende a permanecer elevada em 2015.
Economistas acreditam que já em janeiro, mês tradicionalmente de preços elevados, a inflação deve ultrapassar o teto da meta. A Tendências Consultoria, por exemplo, projeta uma inflação de 1,3%, na comparação mensal, com o acumulado em 12 meses ficando em torno de 7%. “O IPCA deve ficar acima do teto da meta ao longo de quase todo ano”, afirmou a economista Adriana Molina. “Haverá piora das expectativas e o aumento da indexação da economia”, acrescentou.
Em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, Tombini reforçou que a inflação tende a permanecer elevada no próximo ano e que o BC trabalha para fazer com que ela retorne “o mais rápido possível à trajetória de convergência para a meta” até o final de 2016.
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Pesos – Os grupos Alimentação e Bebidas e Habitação foram os que mais puxaram os preços do IPCA para cima em 2014. Juntos, foram responsáveis por 51% do IPCA do ano, somando 3,24 pontos porcentuais dos 6,41% do índice cheio.
No caso do primeiro, que suga 24,86% do orçamento das famílias brasileiras, os produtos consumidos em casa subiram 7,10%, enquanto a alimentação fora de casa ficou 9,79% mais cara. Vale destacar que as carnes subiram 22,21% no ano passado.
No grupo Habitação o destaque foi para a energia elétrica. Segundo o IBGE, as contas de luz subiram, em média, 17,06% nas regiões pesquisadas, ante queda de 15,66% em 2013. Em 2014, a variação chegou a 28,76% na região metropolitana de Belém e 28,18% em Vitória.
Grupo | 2013 | 2014 |
Alimentação e Bebidas | 8,48% | 8,03% |
Habitação | 3,40% | 8,80% |
Artigos de Residência | 7,12% | 5,49% |
Vestuário | 5,38% | 3,63% |
Transportes | 3,29% | 3,75% |
Saúde e Cuidados Pessoais | 6,95% | 6,97% |
Despesas Pessoais | 8,39% | 8,31% |
Educação | 7,94% | 8,45% |
Comunicação | 1,50% | -1,52% |
IBGE