Inflação deve convergir para a meta em 2016, diz BC
Em ata, Comitê de Política Monetária diz que pressões inflacionárias presentes na economia tendem a arrefecer ou, até mesmo, se esgotar nos próximos anos
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) acredita que a inflação, apesar de elevada, deve convergir para a meta nos trimestres iniciais de 2016. A avaliação está na ata da última reunião do Copom, divulgada nesta quinta-feira. Ainda segundo a entidade, a projeção para a inflação em 2014 diminuiu em relação ao esperado em julho. Já para 2015 a expectativa se manteve estável, mas ainda acima da meta do governo, de 4,5%, com margem de dois pontos percentuais para cima ou para baixo.
De acordo com a ata do Copom, pressões inflacionárias presentes na economia tendem a arrefecer ou, até mesmo, se esgotar. O Copom cita como exemplo de pressões o realinhamento dos preços domésticos em relação aos internacionais e dos administrados em relação aos livres, além de ganhos salariais incompatíveis com a produtividade.
O BC reafirma ainda que a economia está crescendo abaixo do seu potencial, o que contribui para reduzir pressões inflacionárias.
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Na semana passada, o Copom manteve a taxa básica de juros (Selic) em 11% ao ano, pela terceira vez seguida. O Copom interrompeu o ciclo de alta da Selic em maio, quando segurou os juros após nove aumentos consecutivos – de 7,25% em março de 2013 para os atuais 11%. Na última sexta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o IPCA chegou a 6,51% em 12 meses, encerrados em agosto, acima do teto da meta(6,5%).
A Selic é usada pelo BC como instrumento para influenciar a atividade econômica e, consequentemente, a inflação. Quando o Copom aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda e isso gera reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.
A decisão de não diminuir a Selic foi tomada após o resultado pífio do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre, que apresentou queda de 0,6%, a segunda retração seguida, o que configura recessão técnica.
(Com Agência Brasil)