Inflação avança 0,25% em agosto e estoura (de novo) teto da meta
Segundo IBGE, em 12 meses até agosto o IPCA acumulou alta de 6,51%. No ano, preços já sobem mais de 4%
O que é?
O IPCA é considerado o índice oficial de inflação. É calculado com base nos gastos de famílias com rendimentos mensais entre 1 e 40 salários mínimos residentes em 12 regiões metropolitanas.
A diferença em relação ao IPCA-15, considerado prévia da inflação, está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica (não mede as variações de preços em Vitória nem Campo Grande).
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acelerou 0,25% em agosto, depois de ficar estável em julho, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira. O indicador prévio (IPCA-15) do mês havia desacelerado para 0,14%. Em agosto do ano passado, a inflação variou 0,24%.
Com isso, o acumulado em doze meses é de 6,51%, pouco acima dos 6,50% registrados no mesmo período até julho. Assim, o indicador ultrapassou, de novo, o limite da inflação “aceitável” pelo governo, cuja meta vai de 2,5% (mínimo) a 6,5% (máximo), com centro de 4,5%. Em junho, ele já havia batido 6,52% na mesma base de comparação. No acumulado dos oito primeiros meses do ano, a alta é de 4,02%.
Analistas ouvidos pela Reuters esperavam exatamente alta de 0,25% no mês passado, segundo a mediana de 25 projeções que variaram de 0,17% a 0,30%. Para o acumulado em doze meses, os economistas também acertaram em cheio – a expectativa era de avanço de 6,51% na mediana de 23 estimativas entre 6,43% a 6,57%.
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Pesos pesados – A inflação em agosto só não veio maior porque o item Alimentação e Bebidas contribuiu com 0,04 ponto porcentual negativo. Pelo quinto mês consecutivo o grupo registrou recuo no IPCA, sendo este de 0,15% em agosto. Considerando somente os alimentos consumidos em casa a queda foi de 0,61%.
O grupo Habitação teve o maior impacto positivo, de 0,14 ponto porcentual no índice cheio (0,25%). Com o aumento nas taxas de água e esgoto das regiões metropolitanas do Rio de Janeiro (6,10%), Vitória (5,25%), Fortaleza (2,03%) e São Paulo (3,24%), o item subiu 1,46%. Ainda em habitação, os preços de condomínios subiram 1,35% em agosto, enquanto o aluguel aumentou 0,66%. Artigos de limpeza ficaram 1,31% mais caros, assim como mão de obra para pequenos reparos (0,66%).
Outro grupo que também pesou para a alta do IPCA, com impacto de 0,06% em agosto foi o de Transportes. Foi também o grupo que mais acelerou em relação a julho – alta de 0,33%. Parte do resultado vem de passagens aéreas que encareceram 10,16% em agosto. O preço da gasolina também subiu, 0,30%, depois de ter caído 0,80% em julho. Mas, etanol ainda registrou recuo de 0,07% no mês.
Inflação em 12 meses
IBGE