Indústria farmacêutica é acusada de ser ‘nova Enron’, e ações despencam
Relatório de mercado afirma que Valeant registrou vendas para farmácias que não existem; empresa é investigada por suas estratégias de distribuição e precificação
As ações da indústria farmacêutica Valeant despencaram nesta quarta-feira depois de a empresa ter sido acusada de fraudes semelhantes às que levaram à ruína a empresa de energia Enron, em 2001. Os papéis da Valeant, os mais negociados da Bolsa de Nova York nesta quarta, fecharam em baixa de 19,1%, uma das mais fortes do dia.
Em relatório, a empresa de investimentos Citron afirmou que a Valeant criou falsas redes de farmácias “com a finalidade de registrar vendas fantasmas” e, assim, evitar o escrutínio de auditores. Philidor e R&O Pharmacy foram duas das redes citadas pela Citron.
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O relatório da Citron tem oito páginas, ao longo das quais a Enron é citada 11 vezes. Os analistas da empresa de investimento chamaram a estratégia da Valeant de “teia de mentiras” e “fraude” e que suas práticas visam a criar “faturas para enganar os auditores e o livro-caixa”.
A Valeant distribuiu comunicado em que negou “categoricamente” as alegações da Citron. “Estamos confiantes em nossa plena conformidade com todas as normas contábeis, regulamentos e leis”, diz o comunicado. A empresa afirmou ainda que as vendas são contabilizadas apenas quando o produto é entregue aos pacientes.
Ao longo do dia, os papéis da empresa chegaram a cair 40%, mas o tombo acabou sendo um pouco menos duro quando o fundo controlado pelo investidor Bill Ackman decidiu comprar 2 milhões de ações da companhia. Antes da compra, Ackman já tinha uma fatia de 6% da Valeant.
A empresa já está sob investigação de procuradores federais, que se debruçam sobre as estratégias de precificação e distribuição adotadas pela Valeant.
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(Da redação)