Indústria brasileira tem em abril pior expansão em seis meses, aponta instituto
Para o Markit Economics, setor cresceu pelo oitavo mês seguido, mas está em marcha lenta desde fevereiro
A expansão do setor industrial brasileiro registrou em abril a taxa de crescimento mais lenta dos últimos seis meses. Os resultados são do Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês), publicado nesta quinta-feira pelo instituto de pesquisa inglês Markit Economics.
Em abril, o índice atingiu 50,8 pontos, patamar menor que os 51,8 pontos de março. Foi a pior expansão desde outubro do ano passado, quando o PMI foi de 50,2. Uma leitura acima de 50 pontos indica crescimento, enquanto um número abaixo indica contração. De acordo com o índice, a insútria brasileira cresceu pela oitava vez seguida, mas está em desaceleração desde fevereiro.
Segundo o Markit, o crescimento do volume total de novos pedidos também foi o pior desde outubro. Além disso, após quatro meses em alta, o volume de novos negócios para exportação registrou queda em meio a relatos de uma demanda mais fraca. “Os empresários consultados na pesquisa que indicaram perdas de empregos mencionaram a dificuldade em repor os funcionários que se demitiram”, afirmou o instituto de pesquisa em nota.
As compras de insumos pelos fabricantes aumentou de forma modesta em abril. Os estoques desses produtos caíram pelo 23º mês seguido, com quase 5% das empresas entrevistadas relatando reservas mais baixas de matérias-primas.
O Markit destacou que, embora tenha havido forte aumento nos preços de insumos como aço, plásticos e combustíveis, a concorrência impediu que as empresas repassassem aos clientes a carga total dos custos.
Indústria em marcha lenta – O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga na próxima sexta-feira os dados de março da produção industrial brasileira. Em fevereiro, a produção do setor teve o pior resultado mensal em pouco mais de quatro anos.
Outros dados recentes também vêm destacando a fragilidade da indústria. Em abril, o Índice de Confiança da Indústria (ICI) da Fundação Getúlio Vargas (FGV) recuou pelo segundo mês seguido, com destaque para o pessimismo do empresariado em relação ao presente.
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(com agência Reuters)