IBGE reconhece: ‘mercado de trabalho não cria vagas formais como antes’
Em agosto, aumento do emprego sem carteira de trabalho foi de 2,4%. Para instituto, avanço reflete fraqueza na geração de postos de trabalho
A Pesquisa Mensal de Emprego (PME), divulgada nesta quinta-feira, mostra que o trabalho não registrado começa a mostrar indícios de aumento, embora o movimento ainda não seja significativo. Segundo o coordenador de Trabalho e Rendimento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Cimar Azeredo, “isso mostra que o mercado de trabalho não está gerando postos de trabalho formais como antes”.
De acordo com o levantamento, em agosto, houve aumento de 2,4% (49 mil pessoas) no emprego sem carteira de trabalho, enquanto os trabalhadores por conta própria avançaram 1,3%, sempre na comparação com julho. Apesar disso, a renda aumentou 1,7%, uma vez que o emprego com carteira teve alta de 0,7%. Em junho, o emprego sem carteira havia aumentado 1,1%, enquanto os trabalhadores por conta própria avançaram 2,6%. Os empregos formais, por sua vez, haviam recuado 0,1%, tudo na comparação com maio.
Ainda que não haja evidências que os dados de agosto comprovem a relação de eventos como a Copa do Mundo e as eleições, Azeredo afirmou que algumas pessoas podem se sentir incentivadas a buscar trabalho nessas ocasiões. “Esses eventos, de alguma forma, trazem trabalhadores sem carteira e por conta própria. Não temos como levantar se é por isso mesmo. Não posso garantir o efeito na pesquisa”, afirmou o representante do IBGE.
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O mercado de trabalho começa a sentir o baque
Eventos como Copa e eleições estimulam o aumento da população economicamente ativa – fenômeno que ocorreu em agosto, com acréscimo de 102 mil pessoas – e ainda pode provocar a redução no rendimento em alguns meses.
(Com Estadão Conteúdo)