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IBGE omite a expressão “recessão técnica”

Nas notas divulgadas em seu site, o instituto não faz menção ao termo e diz considerar variações entre queda de 0,5% e alta de 0,5% como estatatísticamente estáveis

Por Da Redação
29 ago 2014, 16h52

A gerente da Coordenação de Contas Nacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Rebeca Palisa, evitou a expressão “recessão técnica” ao comentar os resultados do Produto Interno Bruto (PIB), divulgados nesta sexta-feira. A economia brasileira recuou 0,6% no segundo trimestre e 0,2% no resultado de janeiro a março, número que foi revisado pelo próprio instituto. Em economia, diz-se que um país está em recessão técnica quando o PIB cai por dois trimestres consecutivos, o que aconteceu exatamente com o Brasil no primeiro semestre. Também no comunicado que detalha o PIB divulgado no site do instituto não há qualquer menção ao termo “recessão técnica”. O IBGE tampouco detalha no comunicado que revisou o PIB do primeiro trimestre para o campo negativo. Apenas coloca o número numa tabela, sem destacá-lo nas explicações.

Rebeca também refutou a comparação do quadro visto nos primeiros seis meses deste ano com a retração na virada de 2008 para 2009, auge da crise internacional. “As taxas são bastante diferentes. As quedas de 2008 e 2009 são bastante pronunciadas (profundas)”, afirmou Rebeca, em entrevista. Nos dois primeiros trimestres de 2009, a economia brasileira recuou 2,7% e 2,4%, respectivamente. Após a apresentação dos dados, a gerente do IBGE reforçou que, estatisticamente, o instituto considera as variações entre queda de 0,5% e crescimento de 0,5% como estabilidade.

“As variações muito grandes, tanto para cima quanto para baixo, são revistas, mas não mudam de sinal. As variações muito próximas do zero, como essa queda de 0,2%, podem modificar (de sinal) no trimestre seguinte”, disse Rebeca, tentando minimizar a importância da revisão do desempenho da economia no primeiro trimestre.

Além dos comentários de Rebeca, a palavra “recessão” não consta nem na nota publicada para imprensa no site do IBGE e nem na apresentação oficial. A revisão do PIB do primeiro trimestre, de crescimento de 0,2% para queda de 0,2% também não tem espaço e consta apenas na tabela com dados dos trimestres anteriores. Para ter acesso a todas as revisões feitas sobre PIB, é preciso fazer o download de uma planilha.

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(Com Estadão Conteúdo)

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