Holcim e Lafarge fecham fusão para criar gigante do cimento
Juntas, as companhias têm faturamento de US$ 44 bilhões. Negócio pode ter problema em passar pelo crivo do Cade
As duas maiores cimenteiras do mundo – a suíça Holcim e a francesa Lafarge – fecharam um acordo para fundir suas operações, conforme anunciaram nesta segunda-feira. Juntas, elas possuem vendas combinadas de 44 bilhões de dólares e formam a maior fabricante de cimento do globo. Segundo o contrato, os acionistas da Lafarge receberão uma ação da Holcim para cada papel da Lafarge que possuírem. A nova companhia terá o controle acionário dividido, sendo que a Holcim ficará com uma fatia de 53% e a Lafarge com 47%. A sede será na Suíça e as empresas permanecem com ações listadas nos mercados de Zurique e Paris.
O objetivo do negócio é gerar sinergias, ganhar escala, aumentar eficiência, reduzir custos, diminuir a dívida e melhor lidar com os desafios do setor hoje (aumento dos preços da energia, demanda mais fraca e forte concorrência). “O novo grupo vai oferecer maior crescimento e baixo risco, criando, portanto, mais valor”, disse o presidente-executivo da Lafarge, Bruno Lafont, que irá se tornar presidente da LafargeHolcim. Ele estima que a fusão resulte em uma economia anual de 1,4 bilhão de euros após o terceiro ano.
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Monopólio – O grupo resultante da fusão estará presente em 90 países, com os mercados emergentes como a América Latina e África representando 60% das vendas. O negócio pode ter problemas para ser aprovado em mercados como Brasil, Canadá , Equador, França, Reino Unido, Estados Unidos, Marrocos e Filipinas, segundo relatório do banco UBS. O banco espera um longo processo de aprovação, “provavelmente de até dois anos”. No Brasil, a operação criará a terceira maior produtora de cimento, atrás apenas da Votorantim e da InterCement, do grupo Camargo Corrêa.
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(com agências Reuters e France-Presse)