UE interrompe envio de dinheiro à Grécia
Grécia não receberá mais dinheiro até que retome programa de ajustes; governo grego pede aumento de prazo
A Grécia não receberá a próxima parcela da ajuda do segundo resgate financeiro até que a zona do euro tenha constatado que o programa de reformas e de ajuste foi retomado. Segundo um alto funcionário da União Europeia, os gregos têm até o início de agosto para cumprir com a exigência dos credores. Caso não consigam atender ao pleito dos europeus a tempo, a parcela de 4,2 bilhões de euros que foi retido no mês passado, por conta das turbulências políticas, seguirá congelada.
Os chefes da delegação técnica da troika – formada por Comissão Europeia, Fundo Monetário Internacional e Banco Central Europeu – não tiveram contato com as autoridades gregas até esta quinta-feira e, já na próxima segunda, os ministros de Finanças da eurozona terão, pela primeira vez, uma discussão com o novo ministro das Finanças do país, Yannis Sturnaras. Isto servirá de ‘guia para ele e para a troika’, para que a missão possa continuar suas conversas em Atenas no final de julho, segundo a fonte. O primeiro-ministro grego, Antonis Samaras, comprometeu-se na quinta-feira a ‘acelerar as reformas estruturais’ e a ser mais eficaz na redução do déficit.
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Na mira da troika, a Grécia insiste que pedirá mais dois anos de prazo para reduzir seu déficit e implementar ajuste orçamentário, em troca de manter estritamente os objetivos fixados. A afirmação foi feita nesta sexta-feira por Samaras em seu discurso de política geral na Assembleia.
O primeiro-ministro também apresentou uma série de medidas para recuperar o tempo perdido nas reformas, como a aceleração das privatizações ou a fusão e fechamento de organismos públicos. Também se comprometeu a acelerar as reformas estruturais para incentivar o crescimento e reduzir o desemprego, que dobrou desde 2010 – ano que marca o início da crise da dívida.
Samaras disse que pretende chegar a um acordo com seus sócios e credores para modificar o memorando, o documento que explicita as condições de ajuda à Grécia.
O primeiro-ministro grego é favorável a suavização das medidas de austeridade e à renegociação dos termos do plano de saneamento da economia, ditado pelos credores da Grécia. Ele também quer fazer avançar de maneira mais eficaz o plano para reduzir o déficit público, reformar a administração e privatizar boa parte das empresas públicas. Em entrevista ao jornal britânico Financial Times, desta sexta-feira, ele afirmou que seu governo “não poderá pedir nada a seus sócios enquanto não for retomado o plano UE-FMI”.
(com Agência France Presse e EFE)