Grécia apresenta novo projeto ao Parlamento para garantir resgate
Pacote transforma em lei novas regras da UE sobre apoio a bancos falidos e inclui uma reforma do código civil para simplificar a Justiça do país
O governo grego apresentou nesta terça-feira ao Parlamento um projeto de lei com um segundo pacote de medidas acordadas com os credores para garantir um novo resgate financeiro ao país, afirmaram fontes parlamentares. Este segundo pacote transforma em lei novas regras da União Europeia (UE) sobre apoio a bancos falidos, adotadas após a crise do Chipre, e inclui uma reforma do código civil para simplificar e acelerar a Justiça reduzindo custos. O governo grego tem até quarta-feira à noite para fazer com que essas medidas sejam aprovadas pela assembleia.
O sindicato de funcionários Adedy anunciou uma manifestação no Parlamento na tarde de quarta-feira, dia em que será realizado o debate do texto na assembleia com caráter de urgência.
Esta votação significa uma nova prova para o governo do primeiro-ministro Alexis Tsipras, do partido de esquerda radical Syriza. Mais de um quinto dos deputados do partido se opuseram ao primeiro pacote de medidas imposto pelos credores e aprovado há uma semana graças aos votos da oposição de direita e socialista.
Os analistas acreditam que o governo de coalizão do Syriza e dos Gregos Independentes (um pequeno partido nacionalista) pode se ver obrigado a convocar eleições antecipadas nos próximos meses.
Tsipras, que fez mudanças em seu governo há quatro dias, quer continuar seu mandato com um governo minoritário para garantir o acordo sobre um novo empréstimo, assinado no dia 12 de julho em Bruxelas entre Atenas e os países da zona do euro.
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Dívidas – Na segunda-feira, a Grécia quitou sua dívida com o Fundo Monetário Internacional (FMI), que somava cerca de 2 bilhões de euros, e com a Comissão Europeia (CE), de cerca 4,2 bilhões de euros. O pagamento acontece após a CE ter confirmado o desembolso dos 7,16 bilhões de euros de financiamento de urgência concedido à Grécia.
“Posso confirmar que a Grécia pagou tudo o que estava atrasado ao FMI, o equivalente a cerca de 2 bilhões de euros. Portanto, a Grécia já não está em moratória”, disse Gerry Rice, porta-voz de do FMI em comunicado. Rice ainda reiterou a disposição do organismo “para continuar a assistência à Grécia em seus esforços para voltar à estabilidade financeira e ao crescimento”.
Bancos – Na manhã desta segunda, os bancos gregos retomaram suas atividades, depois de três semanas de fechamento decidido pelo governo para proteger o sistema bancário, fragilizado pelos saques em massa de dinheiro. No entanto, o controle de capitais, o limite de saques (60 euros por dia) e as transferências para o exterior (com algumas exceções) continuam vigentes.
(Com agência France-Presse)